23 de maio de 2023 - 11h10

Patrocinadores da LaLiga manifestam apoio a Vinícius Júnior após mais um caso de racismo

Puma e banco Santander repudiam insultos racistas direcionados ao atacante do Real Madrid em partida do Campeonato Espanhol, diante do Valencia, no domingo

CASO VINI JR.
Vinicius Júnior foi alvo de ofensas racistas em jogo com o Valencia, pelo Campeonato Espanhol - Foto: JOSE JORDAN/AFP

A Puma e o banco Santander, patrocinadores da LaLiga (organizadora do Campeonato Espanhol), manifestaram apoio a Vinícius Júnior após o jogador ser novamente alvo de insultos racistas durante uma partida da competição. O brasileiro foi chamado de "macaco" pela torcida do Valencia, no domingo, e ainda acabou expulso. O atacante do Real Madrid subiu o tom das reclamações, por meio das redes sociais, e o caso ganhou repercussão mundial.

Parceira da LaLiga desde 2019, a Puma afirmou que não tolera o racismo e condena qualquer forma de discriminação. "Nos solidarizamos com Vinícius Júnior e toda a comunidade do futebol", disse a empresa de material esportivo alemã, em comunicado enviado à agência Reuters. A marca, que também patrocina o Valencia, não comentou sobre uma possível retirada de apoio financeiro.

O Santander, por sua vez, disse que "repudia veementemente qualquer manifestação de preconceito ou racismo". A instituição financeira informou, em agosto do ano passado, que não renovará o contrato pelos "naming rights" da competição para a temporada 2023/24. A empresa de jogos eletrônicos EA Sports, que irá ocupar o lugar do banco, não se manifestou.

Além da EA Sports, outros patrocinadores da LaLiga ainda não se manifestaram sobre os casos de racismo contra Vinícius Júnior. São eles: San Miguel, BKT, Sorare, Microsoft, Gol Ball, Socios.com, Golazos e Panini.

ENTENDA O CASO - O brasileiro Vinícius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha, no domingo. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada, e depois retomada, pelo árbitro por causa das ofensas.

Nos acréscimos da partida, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas, após revisão do lance pelo VAR, foi expulso de campo.

O episódio gerou revolta no Real, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinícius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. "Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas."