12 de março de 2023 - 22h00

Impactos da pandemia: sobreviventes contam sobre a vida após a Covid

Veja os efeitos do vírus que parou o mundo na vida dos que ficaram

CORONAVÍRUS
Em três anos de pandemia de covid-19, ciência e vírus evoluíram - (Foto: Agência Brasil)
Nilza diz que durante o período que Lucas fez acompanhamento psicológico, ele “deu uma melhorada”, mas não apresenta mais progressos. “De repente ele fica ansioso. Só no período do tratamento que ele mudou um pouco. Mas, de sofrimento, ainda continua a mesma coisa”. A criança descontinuou o tratamento e para voltar tem que aguardar na fila.

Lucas passou por atendimento no Programa de Acolhimento ao Luto (Proalu). A iniciativa faz atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todo o país.

O medo da pandemia ainda ronda a vida da criança, conta Nilza. “Se ele for na esquina, ele coloca a máscara. É um trauma que ele ficou e uma culpa, porque foi ele que primeiro [da família] que sentiu os sintomas, depois todos fizemos testes e deu positivo. Mas falo com ele que não é assim, que ele não tem culpa”.

A mãe, que perdeu a filha, também sofre e se emociona ao lembrar da dor imposta pela morte precoce de Clébia. “É difícil, quero tentar normalizar, mas eu crio eles, que sempre dizem ‘estou com saudade da minha mãe’. Sofremos todos juntos, é uma dor que não passa”.

Pessoas idosas

O risco de contrair covid-19 é igual para todos, mas, para os idosos, por terem mais comorbidades e a queda da imunidade comum à faixa etária, a probabilidade de desenvolver a forma grave da doença é maior.

Por essa razão, idosos e idosas são os primeiros a receberem a vacina bivalente contra a covid-19, que melhora a imunidade contra o vírus da cepa original, contra a variante Ômicron e tem perfil de segurança e eficácia semelhante ao das vacinas monovalentes, de acordo com o Ministério da Saúde.

No primeiro ano da pandemia, em setembro de 2020, quando a vacina ainda não estava disponível, a vendedora aposentada Maria Enedina da Silva, então com 80 anos, contraiu covid-19 em Fortaleza (CE). Sua filha, a comerciante Juliana Mara da Silva Morais, contou que a idosa ficou um mês internada em estado grave.

“Ela pegou covid logo na primeira etapa, no pesado mesmo da pandemia. Ficou muito mal mesmo, foi internada em UTI, entubada, traqueostomizada e tudo mais que você imaginar”, detalha a filha. “Além do mais, ela tinha pressão alta, diabetes tipo 2, o kit completo”, brinca hoje, passado o susto.