Da Redação | 27 de outubro de 2022 - 12h40

Afetando a fronteira com MS, Bolívia suspende a exportação de alimentos devido greve

Estima-se que cerca de 8 mil veículos de passeio passam por dia pela fronteira e aproximadamente entre 600 a 800 veículos de cargas cruzam a linha internacional entre Corumbá e a Bolívia

ESCASSEZ
Organizações que apoiam o governo boliviano dão suporte à suspensão de exportação de certos alimentos em Santa Cruz, após greve de oposição ameaçar desabastecimento - (Foto: Reprodução)

Com  a greve realizada na Bolívia, o País decidiu suspender as exportações de seis alimentos a partir de hoje (27) para evitar uma possível escassez. As autoridades decidiram na noite de ontem (26) "suspender temporariamente a exportação de soja, farelo de soja, farinha de soja integral, açúcar, óleo e carne bovina porque existe o risco de escassez e aumento dos preços da cesta familiar", afirmou o ministro do Desenvolvimento Produtivo e da Economia Plural, Néstor Huanca. 

Colômbia, Peru, Equador e Chile, são os principais compradores de derivados de soja bolivianos. Já em se tratanto de carne bovina os principais compradores são China, Peru e Equador.

A região de Santa Cruz, motor econômico do país e reduto da oposição, iniciou uma greve por tempo indeterminado contra o governo do presidente esquerdista Luis Arce para exigir um censo que atualize sua representação legislativa e o valor dos recursos estatais destinados. 

Huanca responsabilizou o governador de Santa Cruz, o direitista Luis Fernando Camacho, e líderes sociais e empresariais que estão à frente dos protestos pelas "consequências da paralisação do setor produtivo e de atentar contra a segurança alimentar". No entanto, a lei boliviana só permite exportar o excedente da produção de alimentos necessário para abastecer ao mercado local. 

Fronteira com MS - Se tratando da fronteira com Mato Grosso do Sul, o Paro Cívico no departamento de Santa Cruz de la Sierra, também afeta diretamente a região de fronteira com Corumbá, a 450 km de Campo Grande. A linha internacional entre os dois países está fechada desde sábado (22) e só é permitido o tráfego a pé. Também há pontos de bloqueio em trechos da estrada Bioceânica, até Santa Cruz, distante 650 km da fronteira com o município corumbaense.

O setor de importação e exportação é um dos mais afetados. Conforme o presidente do Setlog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística), Lourival Vieira Costa Júnior, em média, um caminhão parado tem reflexo no prejuízo de R$ 5 mil dólares ao dia.

“Isso não é só caminhão, a indústria perde dinheiro, importador perde dinheiro, transportador, o porto seco, então imagina 300 caminhões parados em Corumbá, média que passa entre importação e exportação, temos um prejuízo diário de de 1,5 milhão de dólares por dia com a fronteira fechada”, explicou ao portal Diário Corumbaense.

Em relação ao prejuízo às exportações e importações, o chefe da Alfândega da Receita Federal de Corumbá, Erivelto Mousés Torrico Alencar explica: “Valor diário de mercadorias que saem do Brasil para a Bolívia é de 41 milhões de reais e o valor diário de mercadoria que sai da Bolívia com destino ao Brasil é de R$ 4 milhões. Ou seja, o fechamento da fronteira está provocando uma perda de 45 milhões de reais a ambos os países, 41 milhões ao Brasil porque exporta valor todos os dias e a Bolívia, 4 milhões, de mercadorias que o Brasil importa. É um valor bem considerável, 45 milhões ao dia. O movimento no comércio exterior chega a 2 bilhões no ano, nesses dias de fechamento estima-se prejuízo de 235 milhões de reais em cinco dias". 

Estima-se que cerca de 8 mil veículos de passeio passam por dia pela fronteira e aproximadamente entre 600 a 800 veículos de cargas cruzam a linha internacional entre Corumbá e a Bolívia. Com informações do portal Diário Corumbaense e AFP.