Santa Casa utiliza 'cão terapia' para ajudar crianças em tratamento na pediatria
Em Campo Grande esse método já é utilizado pela Santa Casa e a Zili é a grande estrela do projeto
TRATAMENTOVocê já ouviu falar da "cão terapia"? Os pets podem auxiliar no tratamento da ansiedade, pacientes com câncer, pacientes com autismo, transtornos sociais diversos, pacientes hospitalizados, pessoas com deficiência na aprendizagem, paciente com esquizofrenia, entre outros.
Em Campo Grande esse método já é utilizado pela Santa Casa e a Zili é a grande estrela do projeto. Ele realiza o tipo de visita que consegue transformar o choro de crianças em tratamento no hospital em enormes sorrisos, quase de forma imediata. O programa teve início em 2018 e após uma pausa por conta da pandemia, retornou ontem (3) atendendo os pequenos pacientes da Pediatria.
Também conhecido como Zoio, Zilinelson, Zileri, Nelson Roberto, Petisco e Amigão por conta dos nomes que cada criança atribui ao pequeno Zili durante as visitas, o dog da raça Shih Tzu tem apenas três aninhos e mais parece um brinquedo de pelúcia por conta da sua docilidade. Acostumado às rotinas hospitalares, ele até possui um “truque” para encantar ainda mais: usa um óculo estilo aviador que a tutora coloca nele quando está no colo das crianças.
De acordo com a estudante Keila de Oliveira, tutora do Zili, o doguinho passa por um processo de seleção antes de se tornar co-terapeuta do Projeto Amar Intervenções Assistidas por Animais (IAA). “É a primeira vez dele aqui na Santa Casa, mas no semestre passado ele foi cão terapeuta em outro hospital. Ele tem um comportamento super dócil e passa por uma preparação antes de começar, com um banho para tirar todas as bactérias presentes no corpo”, comenta.
O Amar IAA é um projeto de extensão e pesquisa realizado pela Universidade Uniderp em parceria com instituições de saúde de Campo Grande. Na Santa Casa, a ação voluntária teve início em 2018 por iniciativa da Comissão de Humanização e faz parte do desenvolvimento das diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde. Porém, houve um hiato entre março de 2020 e outubro de 2022 por conta da pandemia e o retorno na última segunda-feira marca uma nova fase do programa.
Vale ressaltar que o “cão terapeuta” deve ser calmo em situações de estresse, ter boa convivência com outros animais e pessoas, incluindo idosos, e nenhum registro de agressividade. “O veterinário faz a triagem e seleção dos cães, porque precisam de um perfil de saúde e psicológico do animal para saber se estão aptos a esse tipo de local hospitalar. Não é por ser cão que ele automaticamente está qualificado. Por isso, é importante a parceria com a universidade que oferece toda essa fundamentação e suporte para nós”, explica a gerente de Comissões Técnicas do hospital, Regiane Bononi.
Para a enfermeira, que também é membro da Comissão de Humanização, a terapia com os animais contribui para a qualidade de vida do paciente e está em conformidade com a política de humanização na área da saúde. “Algumas pesquisas indicam que o contato do paciente com animais auxilia no controle da dor, alivia quadros de ansiedade ou depressão e minimiza os impactos da hospitalização”, ressalta Regiane.
Entre os benefícios da Terapia Assistida por Animais estão a melhora na comunicação, na memória, na concentração, na afetividade, na autoestima, na socialização e no estabelecimento de vínculos. “Além de atuar no bem-estar durante a internação, facilita o retorno para a casa por conta dessa conexão que eles fazem com os animais”, complementa a gerente de Comissões Técnicas.