Em entrevista, Ricardo Ayache promete foco total na gestão da Cassems
O médico e presidente do PSB estadual também falou do apoio à candidatura de Eduardo Riedel (PSDB) ao Governo e ao ex-presidente Lula (PT)
FOCOPresidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul), Ricardo Ayache concedeu entrevista nesta quarta-feira (28) ao Giro Estadual de Notícias, do Grupo Feitosa de Comunicação, e garantiu que mantém seu foco na gestão da Caixa de Assistência, revelando que recusou vários convites para disputar as eleições deste ano. Ainda na entrevista, ele falou sobre o reconhecimento nacional que a Cassems recebeu, sendo colocada entre as maiores empresas de saúde do Brasil.
Ele informou que, enquanto a média nacional de recuperação dos pacientes internados foi de 62%, a da Cassems chegou a 89%, o que significa que, de cada 10 pacientes internados, a rede conseguiu recuperar praticamente nove
"Para nós é de grande importância aparecer entre as maiores empresas de saúde do Brasil, principalmente porque a Cassems é uma empresa sul-mato-grossense, fundada e administrada por servidores públicos estaduais, o que tem grande relevância para todos nós", declarou Ricardo Ayache, lembrando que a pandemia da Covid-19 trouxe um impacto enorme em todas as operadoras de saúde do Brasil e não foi diferente na Cassems.
"Nós investimos muito para que conseguíssemos recuperar o maior número de pacientes e foi realmente impactante do ponto de vista físico, mental e financeiro. No entanto, todo o investimento realizado - e foram até aqui cerca de R$ 290 milhões que investimos para o combate à pandemia e no tratamento dos pacientes -, porém, cada centavo investido valeu à pena, pois conseguimos, na rede de hospitais da Cassems, ter resultados excelentes, muito acima da média nacional", pontuou o presidente.
Ele informou que, enquanto a média nacional de recuperação dos pacientes internados foi de 62%, a da Cassems chegou a 89%, o que significa que, de cada 10 pacientes internados, a rede conseguiu recuperar praticamente nove. "Isso é resultado de uma equipe que se dedicou muito a esse combate à pandemia. Sem dúvida, receber uma premiação, um reconhecimento nacional, diante de todas as dificuldades e desafios enfrentados, nos estimula a continuar trabalhando para manter a Cassems no alto nível em que se encontra e procurando avançar ainda mais", afirmou.
Ricardo Ayache lembrou que, recentemente, a Cassems realizou um feito inédito em Mato Grosso do Sul, que foi o primeiro transplante de medula óssea do Estado. "Algo que engrandece a saúde sul-mato-grossense e traz para a nossa população a oportunidade de tratamento que nunca foram realizados aqui", assegurou, lembrando que a pandemia foi um momento muito desafiador e único, pois não há registros de um momento tão complexo da saúde pública mundial.
"Para nós é de grande importância aparecer entre as maiores empresas de saúde do Brasil, principalmente porque a Cassems é uma empresa sul-mato-grossense"
"Nosso hospital aqui em Campo Grande (MS) tem 110 leitos e chegamos a ter 220 pacientes internados, nos obrigando a criar um hospital de campanha. Temos 20 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para adultos e chegamos a ter 75 pacientes internados somente na Capital, sem contar os outros nove hospitais que nós temos no Estado. O maior aprendizado que tiramos dessa pandemia foi a dedicação integral ao conhecimento científico, foi isso que nos propiciou ótimos resultados no combate à pandemia comparado aos melhores hospitais do Brasil e do mundo", reforçou o médico.
Ele acrescentou ainda que é preciso também, claro, fazer uma série de revisões do estilo de vida e daquilo que se deseja para o futuro, ter um olhar mais humano para com as pessoas. "É preciso ter compaixão, sensibilidade para entender que não é possível que tantas desigualdades sejam algo que marque o presente e o futuro do Brasil. Nós temos de trabalhar para diminuir essas desigualdades sociais e econômicas, dando oportunidade para as pessoas se desenvolverem, crescerem e evoluírem porque essa pandemia evidenciou fortemente o quanto o nosso País é desigual, inclusive para oportunidades de tratamento em saúde", ressaltou.
Ricardo Ayache acredita que esses são os aprendizados que ficam da pandemia, essa necessidade de a gente ser mais solidário, mais fraterno, porém, em termos de saúde, saber que o conhecimento científico é que proporciona os melhores resultados. "A vacina nos propiciou estarmos agora no momento mais ameno da pandemia, que virou agora uma endemia. Se nós respeitamos o conhecimento e tivermos sensibilidade para respeitar as pessoas, nós vamos construir um mundo melhor para todo mundo e isso é o grande ensinamento que fica da pandemia", afirmou.
O presidente da Cassems ainda lembrou que tem trabalhado muito na reestruturação do plano de saúde depois desses impactos todos que a pandemia trouxe
Para o médico, a pandemia também obrigou que a saúde avançasse de forma acelerada na informatização e digitalização de diversos processos e isso foi muito importante. "Porém, obviamente fica ainda o registro muito doloroso das quase 700 mil mortes no Brasil e sabendo que muitas delas poderiam ter sido evitadas se tivéssemos uma posição mais uniforme e científica do Governo Federal", criticou.
Presente e futuro - O presidente da Cassems ainda lembrou que tem trabalhado muito na reestruturação do plano de saúde depois desses impactos todos que a pandemia trouxe. "Porque, além de uma despesa inesperada e muito expressiva que tivemos com o combate à pandemia, temos agora o rescaldo disso tudo, que são os pacientes que não fizeram os tratamentos na época e que agora estão procurando os serviços médicos comuns da saúde pública brasileira", revelou.
Segundo Ricardo Ayache, a Cassems está reestruturando as atividades, remodelando a forma de trabalhar, profissionalizando cada vez mais a gestão, implantando o compliance e governança corporativa para dar transparência às suas ações. "Temos investimentos sendo realizados em Aquidauana, onde ampliamos e reformamos o hospital, ficando uma estrutura muito boa para os nossos beneficiários, que também vão ganhar uma ressonância magnética", adiantou.
Além disso, conforme ele, a Cassems está ampliando em mais 27 leitos a capacidade do hospital de Campo Grande, que passará a ter praticamente 140 leitos. "Vamos inaugurar no 1º semestre de 2023 o novo hospital da Cassems em Dourados, que hoje tem 57 leitos e passará a ter 160 leitos. Um hospital nos mesmos moldes do nosso em Campo Grande, moderno, tecnológico com o que há de mais evoluído em saúde e também com a nossa política de humanização do atendimento que é fundamental", assegurou.
O médico explicou que se trata de uma região muito importante, que tem uma carência de leitos hospitalares e ganhará uma estrutura muito moderna para atender os beneficiários e também quem procurar atendimento na sua estrutura. "Em Campo Grande, inauguramos o novo prédio da Clínica da Família, que tem como objetivo acompanhar o beneficiário da gestação até a senilidade, porque nós entendemos que é preciso resgatar essa visão mais integral da saúde e não simplesmente cuidar de partes do corpo porque a medicina ficou muito superespecializada. Na Clínica da Família, nós temos essa abordagem integral ao longo da vida, que proporciona, sem dúvida, a oportunidade de uma qualidade de vida maior e melhor para essa vida longa que todos nós queremos ter.
Política - Sobre a política, Ricardo Ayache lembrou que continua na Presidência do PSB em Mato Grosso do Sul e o partido tem candidatos a deputados e deputadas estaduais e federais nas eleições deste ano. "Temos também o nosso apoio ao candidato a governador Eduardo Riedel, do PSDB, que acreditamos que estará no 2º turno das eleições, pelo que as pesquisas mostram e por ser o mais preparado, participando da atual gestão estadual estruturando um trabalho que, na minha opinião, marca um período da história do nosso Estado com um Governo de muita qualidade, talvez o maior Governo da história de Mato Grosso do Sul pelos investimentos em infraestrutura, no turismo, na educação, na cultura, na saúde, algo que tem transformado os 79 municípios e melhorado a qualidade de vida da população, inclusive com ações sociais importantes para as pessoas em vulnerabilidade", garantiu.
Ele acredita muito que Eduardo Riedel estará no 2º turno para poder implantar, caso seja vitorioso, uma administração que faça o nosso Estado avançar ainda mais. "Em relação a eleição para deputados, acredito que o PSB consiga fazer de um a dois deputados estaduais, temos condições para isso, e esperamos também a possibilidade de eleger um deputado federal. Sobre o convite para ser candidato a vice-governador na chapa do ex-prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), naquele período recebi muitos convites de vários partidos, conversamos com todos para ouvir as propostas e projetos que estavam colocados e, sem dúvida, entendemos que o candidato Eduardo Riedel (PSDB) era o melhor preparado para administrar Mato Grosso do Sul pelos próximos quatro anos", informou.
A entrevista foi concedida nesta manhã (28) ao Giro Estadual de Notícias
Na avaliação do presidente estadual do PSB, o projeto apresentado por Eduardo Riedel era muito consistente e antenado com aquilo que o PSB prega, que é o desenvolvimento, geração de empregos, industrialização, mas, também, com uma visão social importante, cuidando de todos os segmentos da população e alinhado com aquilo que nós entendemos nacionalmente. "O PSB tem o apoio ao Eduardo Riedel no Estado e, nacionalmente, apoia a eleição do ex-presidente Lula (PT), com o vice Geraldo Alckmin (PSB), por entender também que é um projeto que está mais sensível às necessidades da população em todas as áreas, com capacidade de dialogar com todos os segmentos da sociedade, tirando esse clima de animosidade e de ódio que tomou conta do Brasil nos últimos quatro anos", ressaltou.
Ricardo Ayache acredita muito nesses projetos, até porque é preciso cuidar da população e diminuir as brigas que tomaram conta do Brasil nos últimos tempos. "Quanto a mim, estou muito focado na gestão da Cassems, mas fico muito honrado de ter o nome lembrado para participar do processo eleitoral. No entanto, não considero correto me licenciar da Presidência da Cassems no momento de pós-pandemia, desafiador, em que estamos reestruturando a Caixa de Assistência porque foi um baque importante, então, não achei correto sair para disputar qualquer cargo nas eleições deste ano", revelou.
Na opinião dele, é preciso ter responsabilidade com aquilo que nos comprometemos e o seu compromisso é com a Cassems neste momento. "É onde estou focado, trabalhando bastante para avançar enquanto plano de saúde, que tem uma grande responsabilidade com 215 mil vidas de sul-mato-grossenses, não é pouca coisa e a gente precisa ter foco no trabalho para conseguir os melhores resultados", garantiu.
Ayache falou ainda sobre o cenário político
A respeito do seu apoio ao Lula, enquanto Eduardo Riedel apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do PSB não considera contraditório, haja visto que o sistema político brasileiro tem ainda algumas dificuldades de organização desse pluripartidarismo. "Nós acreditamos que deva ter uma redução no número de partidos no futuro aqui no Brasil. Não vejo contradição, pois há uma coerência de acordo com os projetos e a forma de atuar do Eduardo Riedel, é isso que importa para nós", argumentou.
Para ele, não precisamos ser sectários em tudo, porque o Riedel participou de uma administração extraordinária para Mato Grosso do Sul, que está hoje em um patamar muito acima dos demais Estados brasileiros e isso se deve ao Governo atual e é preciso dar os créditos devidos. "O Riedel participou ativamente e todos nós sabemos disso. Além de toda a política de desenvolvimento, de investimento na infraestrutura, a atual gestão investiu em temas importantes para o PSB, como a saúde, a educação, o turismo e os cuidados com a população menos favorecida, com o Programa Mais Social e pagando as contas de energia elétrica dos mais pobres, beneficiando quase 150 mil famílias no Estado", citou.
Ayache reforçou que a atual administração estadual é um Governo que está muito antenado com as políticas do PSB e há uma proximidade muito programática com o PSDB. "Temos de respeitar as questões estaduais, assim como o PSDB apoia o candidato a governador do PSB no Rio de Janeiro, Marcelo Freixos. A política é a construção do diálogo e do entendimento para se buscar melhores formas de resolver os problemas da população. Nós precisamos entender e retomar a nossa capacidade de dialogar com todos os setores porque quem governa precisa governar para todos, não podemos imaginar uma gestão estadual ou federal que vá governar para determinados setores da sociedade", finalizou. A entrevista completa pode ser acompanha no player abaixo: