Da Redação | 26 de agosto de 2022 - 16h10

Única mulher indígena nas eleições de MS oficializa candidatura em Nioaque

Val Eloy faz parte do projeto "Aldear a Política", que tem intenção de eleger indígenas para a formação da Bancada Indígena, e da iniciativa "Campanha Indígena"

ELEIÇÕES 2022
Val Eloy - (Foto: Divulgação)

Única mulher indígena na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Val Eloy Terena, lança sua candidatura nesta noite (26), em ato durante a 15ª Assembleia Terena, que acontece na aldeia Brejão, em Nioaque, a 140 km de Campo Grande. No evento, estarão presentes o cacique da aldeia Brejão, Aderval Barbosa, lideranças indígenas de todo o Estado, a cacique Arariquele Cardoso Pataxó Hãhãhãe (aldeia Cunhambebe Pindorama - RJ), o líder indígena Júnior Xukuru (PE), o líder indígena José Elias Tuxá Campos (PE), Álvaro Santos de Oliveira Xukuru (PE) e aliados da causa indígena.

Val Eloy faz parte do projeto “Aldear a Política”, que tem intenção de eleger indígenas para a formação da Bancada Indígena, e da iniciativa “Campanha Indígena”, promovida pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). Em Mato Grosso do Sul, ela é a única mulher indígena que disputa algum cargo nas eleições de 2022.  “Uma candidatura indígena, para nós, é motivo de muita resistência, principalmente no período em que estamos vivendo, ano de desgoverno, de tantos retrocessos de direitos. Fazer este movimento da campanha aqui no território é um sinal de fortalecimento”, afirma.

Durante o encontro ainda haverá debates sobre os direitos dos povos indígenas, mulheres terena, saúde indígena nas aldeias de MS, educação e juventude. “Discutimos muitas pautas relevantes para nosso povo durante a assembleia, é um momento em que nos fortalecemos enquanto lideranças, mulheres, juventude, e podemos passar toda essa luta para os mais jovens e assim ir além”, pondera Val.

Val é uma mulher terena, que nasceu na aldeia Ipegue, localizada no território indígena Taunay-Ipegue, no município de Aquidauana. Em 2014 liderou uma retomada indígena na periferia de Campo Grande e tornou-se cacique da comunidade Tumuné Kalivono – atual aldeia Ynamati Kaxé. No ano de 2020 concorreu nas eleições municipais da Capital como vice-prefeita e agora concorre a uma das 24 vagas da ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul).