Empresário musical, Ninho quer "velha" Expogrande de volta para a população
A pedido dos filhos, ele foi até o parque de exposições com a família e gravou um vídeo mostrando com tristeza o que o evento se transformou
EXPOSIÇÃOReconhecido nacionalmente, o empresário musical Jeferson Junior Teixeira, 39 anos, o “Ninho”, que representa o cantor sertanejo João Carreiro, o pagodeiro Davizera, a cantora de MPB Geórgia Castro e as duplas sertanejas Jads & Jadson, Munhoz & Mariano, Patrícia & Adriana e Thiago & Miguel, resolveu ir visitar com a família o Parque de Exposições Laucídio Coelho para prestigiar a tradicional feira agropecuária Expogrande. No entanto, ao chegar ao local, ficou extremamente desapontado ao deparar-se com um espaço vazio, sem atrações artísticas e culturais e, nem mesmo, os tradicionais vendedores ambulantes e o parque de diversões, como era antigamente.
Em vídeo postado em sua conta da rede social Instagram na sexta-feira (29/07), Ninho demonstrou a sua tristeza durante a visita acompanhada pelos filhos e pela esposa. Nas imagens, é possível vê-lo explicando para os filhos que a Expogrande era uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil e mostrando para eles que, onde hoje está construído um hipermercado atacadista, era o local dos grandes shows musicais com artistas de renome nacional e internacional.
O empresário comenta que antes o local era muito movimentado e hoje o sentimento é de um deserto, deixando sem uma renda extra muitos vendedores ambulantes e sem a possibilidade dos artistas de sonharem em um dia virar cantores sertanejo de sucesso. Ainda no vídeo, Ninho lamenta que gostaria que pelo menos o parquinho de diversões fosse mantido para que os filhos pudessem andar de roda gigante ou passear no trem fantasma.
Em entrevista concedida ao jornal A Crítica neste sábado (30/07), Ninho contou que a visita feita na sexta-feira foi uma mistura de tristeza com sensação boa. “Minha vontade mesmo era levar os meus filhos para olhar como era antigamente e não como está hoje. Porém, eles queriam tanto ir, que acabei levando e a gente, que é do meio artístico, ver a falta que faz um parque de exposições lotado para movimentar o comércio, o turismo, os hotéis e o principalmente, ao meu ver, os artistas, que ficaram sem ter oportunidade de trabalhar depois de dois anos proibidos em razão dos decretos que foram impostos no começo da pandemia da Covid-19”, declarou.
Segundo o empresário musical, a classe artística foi a primeira a parar e a última a voltar. “O tanto de profissionais que deveriam estar na feira ganhando o seu pão para a família, os vendedores de pipoca, de churros, de algodão doce, de balões, os vendedores de bebidas, que podiam estar lá na feira, os montadores de palcos, de estandes. A Expogrande era imensa, demorava 60 dias para a montagem de toda a estrutura, pois tinha de pintar, reformar, enfim, eram muitas pessoas envolvidas, que esperavam todo ano para garantir uma renda extra”, recordou.
Para ele, acabaram até com as exposições de máquinas agrícolas, veículos utilitários e de automóveis e com as lojas de roupas country. “Eu mesmo ia quando era criança para tirar fotos com os bois, com os cavalos e com os carneiros, além de assistir aos rodeios e leilões e brincar no parquinho, passear no trem fantasma e na roda gigante. Era sensacional e tenho esperança que isso vai voltar um dia porque era a maior feira agropecuária do Brasil. Mato Grosso do Sul é o Estado do agro, da pecuária e não merece ficar sem a Expogrande”, reclamou.
Ninho defende um diálogo entre o MPE (Ministério Público Estadual), que proibiu a realização de shows musicais no local, e a direção da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) para tentar reativar a feira agropecuária. “Muitos artistas nossos tocaram nas barracas dos cursos de Medicina Veterinária e hoje são nacionalmente conhecidos. Foi por causa da feira, foi lá que eles começaram, a Expogrande foi uma escola, um trampolim para todo mundo. Hoje, temos muitos artistas parados em razão da falta de locais para eles tocarem. Se pelo menos fosse possível abrir a oportunidade para eles tocarem na feira durante o dia, já seria muito bom. Já que não se pode tocar à noite, vamos ver a possibilidade de encontrar um bom horário, fazer durante o dia ou até às 23 horas”, sugeriu.
Ele reforça que é preciso encontrar um caminho para resolver essa questão. “Tenho esperança de que o Poder Público e a Acrissul encontrem uma solução para recuperar esse espaço para que os nossos filhos possam visitar a Expogrande como era no passado. Para o turismo, a feira também era importante, pois recebíamos gente de todo o Brasil e de várias partes do mundo. Eu ainda tenho esperança de que vamos voltar a ter aquela velha Expogrande um dia, tenho fé que isso vai acontecer”, finalizou.
Confira a publicação na rede social Instagram: