Dow Jones Newswires | 23 de junho de 2022 - 09h05

Rússia ataca terminais da Viterra e da Bunge na Ucrânia

A Viterra, que tem entre seus acionistas a gigante de commodities Glencore, disse que não houve vítimas, embora um funcionário tenha sido tratado para queimaduras

GUERRA
Bunge disse que não houve vítimas em sua instalação, que está fechada desde o início da invasão russa - (Foto: Reprodução)

Forças russas atacaram na quarta-feira, 22, pelo menos dois grandes terminais de grãos de propriedade norte-americana no porto ucraniano de Mykolaiv. A empresa canadense Viterra e a trading de grãos Bunge, dos Estados Unidos, disseram que tiveram um terminal de grãos atingido. A Viterra, que tem entre seus acionistas a gigante de commodities Glencore, disse que não houve vítimas, embora um funcionário tenha sido tratado para queimaduras. A Bunge disse que não houve vítimas em sua instalação, que está fechada desde o início da invasão russa.

A Rússia atingiu várias vezes a ponte que agricultores e traders ucranianos dizem usar para levar grãos para a fronteira com a Romênia e o porto de Constanta. Uma grande unidade de processamento de óleo de girassol e outros terminais de grãos também foram atingidos. O ataque desta quarta-feira é o segundo contra uma instalação da Bunge.

Os portos que ainda estão sob controle ucraniano são bombardeados constantemente, disse Rustem Umerov, membro da equipe de negociação da Ucrânia com a Rússia.

Os ataques à infraestrutura de exportação ucraniana ocorrem num momento em que a Rússia diz estar considerando um acordo apoiado pelas Nações Unidas para retirar os grãos atualmente retidos nos portos ucranianos. Diplomatas turcos e da ONU estão discutindo uma proposta para escoltar cargueiros por uma passagem segura entre as minas defensivas que protegem os portos do Mar Negro. 

A AgResource, no entanto, está cética quanto a um acordo para liberação dos grãos ucranianos. "A guerra na Ucrânia continua, principalmente no leste, e as chances de que um corredor de exportação humanitária seja criado neste verão permanecem próximas de zero", disse a consultoria.

A invasão russa deixou cerca de 18 milhões de toneladas de grãos retidos na Ucrânia, aumentando os temores de uma crise alimentar global.

A Rússia negou anteriormente acusações de que Moscou estaria prejudicando as exportações de trigo ucraniano.

Para autoridades da União Europeia, os relatos de ataques a terminais de grãos lançam dúvidas sobre essas alegações russas.