"Não estamos dando conta", dizem motoristas de aplicativos sobre demanda na Capital
Transporte coletivo entrou de greve e usuários recorreram ao serviço de aplicativo escassez
EM MEIO A GREVE...A paralisação do transporte coletivo nesta terça-feira (21) em Campo Grande pegou a todos de surpresa. Muitos precisaram recorrer aos carros de aplicativos para chegar ao trabalho ou escola, mas a situação está complicada devido aos altos valores que estão sendo cobrados e escassez de motoristas. Segundo o presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos de Mato Grosso do Sul (APIC), Paulo Pinheiro, nem os motoristas estão dando conta da alta demanda.
“Não estamos dando conta do alto número de solicitações. São cerca de 8 mil veículos para quase 180 mil passageiros do transporte coletivo na Capital... É claro que isso iria refletir no preço cobrado pela plataforma, coisa que não temos interferência”, explica.
Altos valores estão sendo cobrados nesta manhã
Pinheiro destaca que a alta nos preços cobrados, as chamadas “dinâmicas”, acontecem em situações adversas, como chuvas, feriados ou até mesmo alto número de solicitações em pouco tempo. “Muitas pessoas reclamando dos valores, mas as plataformas são as verdadeiras culpadas. O motorista apenas leva o passageiro ao destino, não temos poder nenhum no valor que está sendo cobrado. Às vezes o motorista vem de muito longe e até ele chegar ao local de origem acaba tendo um valor mais alto que o normal”, diz.
Transporte coletivo entrou de greve nesta manhã (21)
Por volta das 6h da manhã, viagens que costumeiramente custava R$ 10 ou R$ 13, estavam em R$ 25 e R$ 35. Para o presidente da APIC, a situação é caótica já que muitos desistiram da área por conta do alto custo para manter o veículo. “Devido esses aumentos abusivos dos combustíveis, as reposições de peças, manutenção, além também dos altos custos para manter o veículo que é locado. Muitos entregaram os carros para as locadoras e passaram a trabalhar como moto taxistas ou entregadores de aplicativos, já que o lucro é o mesmo e os gastos inferiores”, afirma.
Com 3.500 motoentregadores e 8 mil motoristas na Capital, o representante afirma que conversas já foram feitas para tentar melhorar a situação dos profissionais. "Conversamos com o Poder Público, tanto o Estado quanto o Município. Pensávamos que ia avançar, mas paralisou. Precisamos que eles nos dêem apoio para que possamos cumprir com todas as regras. Tenho uma pauta importante para discutir com os deputados e vereadores, já passou do momento de termos um transporte alternativo de passageiros na Capital, como as vans. A maioria das capitais tem, já que o transporte coletivo está cada vez pior”, lamenta.
Greve – Motoristas do transporte coletivo de Campo Grande anunciaram nesta manhã a paralisação dos serviços. A greve foi uma iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e sem previsão de acabar. O motivo da greve é a falta de pagamento por parte do Consórcio Guaicurus.
O sindicato destaca que mesmo havendo o pagamento hoje, não há chances do serviço voltar a ativa nesta terça-feira.