Da Redação | 20 de junho de 2022 - 10h15

Caso Evandro: Filho de Beatriz Abagge tem prisão preventiva decretada em MS

Conforme os policiais, o homem utilizava documentos falsos com o nome de Evandro Oliveira Ribeiro, criança encontrada morta em 11 de abril de 1992, num matagal da cidade de Guaratuba (PR) sem vários órgãos, com mãos e pés amputados, e vísceras e coração

PRESO
Luccas Abagge é filho de Beatriz Abagge - (Foto: Divulgação/PC MS)

Após interrogação da Polícia Civil de Ponta Porã, a 320 km de Campo Grande,  Luccas Abagge, 32, filho de Beatriz Abagge, permanecerá preso. Ele foi capturado no último sábado (18), após tentar entrar no Brasil por meio da região fronteiriça de Mato Grosso do Sul. Conforme os policiais, o homem utilizava documentos falsos com o nome de Evandro Oliveira Ribeiro, criança encontrada morta em 11 de abril de 1992, num matagal da cidade de Guaratuba (PR) sem vários órgãos, com mãos e pés amputados, e vísceras e coração arrancadas.

Luccas Abagge foi condenado a mais de 80 anos de prisão por crimes de homicídio, roubos e tráfico de drogas, e contava com mandados de prisão em aberto. Além disso, o rapaz conta com fugas de presídios no currículo. Ao descobrir a verdadeira identidade de Luccas, os policiais constaram mandados de prisão em aberto.

Informações policiais, apontam que Luccas estava em um Celta, entrando no Brasil pela Avenida Tiradentes, no centro de Ponta Porã. Como já era noite, por volta das 19h20, e ele estava com os faróis apagados, isso chamou a atenção dos policiais, que pararam o carro e pediram a identificação. Ele entregou uma identidade em nome de Evandro Oliveira Ribeiro.

Logo os policiais perceberam que a identidade era falsa, pois as características não batiam com as de Luccas. Então detectaram o verdadeiro nome dele e constataram que o rapaz tinha mandados de prisão em aberto. Descoberto, Luccas ficou muito nervoso e agressivo.

Luccas estaria com uma mulher no carro, que seria esposa dele. Mas ela alegou que não sabia o nome verdadeiro dele. Disse que o conhecia por Evandro e muito menos sabia que era um condenado da Justiça.

Crime histórico -  A promotoria pública do Paraná indiciou Beatriz Cordeiro Abagge e sua mãe, Celina Abagge (então primeira dama do município), como mentoras do sequestro e morte de Evandro. A alegação fora de sequestro e utilização da criança em suposto ritual de magia negra (crime ritual) para obtenção de benefícios materiais junto a espíritos satânicos.

Em 23 de março de 1998, Beatriz e Celina foram julgadas pela primeira vez, em processo que é o mais longo júri da história da justiça brasileira (34 dias de julgamento). No veredito foram consideradas inocentes. Em 1999 o júri foi anulado, com novo julgamento realizado 13 anos depois, em 28 de maio de 2011.

Outros acusados de envolvimento no suposto assassinato também foram julgados pelo crime: o pai-de-santo Osvaldo Marcineiro, o pintor Vicente de Paula Ferreira e o artesão Davi dos Santos Soares. Os três foram condenados em 2004. Os outros acusados, Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos Santos, foram absolvidos em 2005.

Com votação apertada (quatro votos contra três), no segundo julgamento Beatriz foi condenada a 21 anos e 4 meses de prisão. Em 17 de abril de 2016, o Tribunal de Justiça do Paraná concedeu perdão de pena para Beatriz Abagge. Em 4 de janeiro de 2022, o governo do Paraná publicou um documento pedindo desculpas à Beatriz Abage pelas torturas.