Da Redação com Diário Corumbaense | 17 de maio de 2022 - 09h35

Casal é resgatado do outro lado do Rio Paraguai vivendo em situação análoga à escravidão

O casal relatou que trabalhava no rancho há pouco mais de dois meses e que havia combinado o valor de R$ 60,00 por hectare de terra roçada

RESGATE
Casal vivia do outro lado do Rio Paraguai - (Foto: Divulgação/SIG)

Mais um caso de pessoas que foram resgatadas em situação análogas à escravidão. Dessa vez a situação acontece no município de Corumbá, a 450 km de Campo Grande. Um homem, 23, e uma mulher, 28, foram resgatados por policiais que os encontraram morando e trabalhando em uma propriedade rural que fica do outro lado do Rio Paraguai.

O local é de um idoso, 63, que junto com seus filhos, um de 33 e outro de 25 anos, foi detido e levado para a Delegacia de Polícia Civil. Os agentes chegaram até o local após uma investigação em torno do assassinato de Josemar Gomes Aragão, 37. O corpo dele foi encontrado no rio, por pescadores, no dia 29 de abril.

Conforme as informações do Diário Corumbaense, no dia 12 de maio, os policiais estiveram na propriedade e viram as condições precárias de habitação e de trabalho. O casal relatou que trabalhava no rancho há pouco mais de dois meses e que havia combinado o valor de R$ 60,00 por hectare de terra roçada.


Eles foram encontrados em situação degradante - (Foto: Reprodução/SIG)

Porém, até aquele momento, os dois contaram que não receberam nenhum pagamento pelo trabalho realizado. Além disso, o casal já estaria com uma dívida de mais de R$ 2.000,00, junto ao patrão, pela alimentação que era fornecida por ele e pelos filhos. No primeiro mês, ambos dormiam no chiqueiro dos porcos, um local feito apenas de algumas tábuas de madeira, sem paredes ou piso, vulnerável a chuva, vento, frio, sol e entrada de animais.

Os integrantes da família que mantinha o casal no local foram presos em flagrante e vão passar por audiência de custódia, que vai definir se permanecerão presos ou se será arbitrada fiança pelo juízo para que respondam ao processo em liberdade. Caso de condenação, varia de dois a oito anos de prisão.