Patrícia Martins | 10 de abril de 2022 - 17h00

Estudantes reivindicam manutenção do curso de Licenciatura Indígena na UFGD

Os acadêmicos reivindicaram recursos para a próxima etapa presencial do curso, como também o aumento do número de bolsas ofertadas pelo MEC

NA GRANDE DOURADOS
Fotos da manifestação ocorrida na manhã de sexta-feira (08) - (Foto de Ricardo Zanella)

Estudantes do curso de Licenciatura Intercultural Indígena (Teko Arandu), fizeram uma manifestação em frente à Reitoria da UFGD na sexta-feira (08), preocupados com a possibilidade de não ter aulas no próximo semestre, devido a falta de recursos.

Os acadêmicos reividicaram recursos para a próxima etapa presencial do curso, como também o aumento do número de bolsas ofertadas pelo Ministério da Educação (MEC), pelo programa Bolsa Permanência e a construção de uma Casa de Alternância.

Oito representantes dos estudantes foram recebidos pelo reitor, professor Lino Sanabria. O reitor  informou que não há possibilidade de financiamento para estes cursos nos moldes em que são ofertados. Há apenas a possibilidade que o MEC financie mais uma turma da Licenciatura indigena, no entanto, para o curso de Licenciatura do Campo não há previsão de nenhum projeto ou recurso.

Com relação ao Programa Bolsa Permanência, que chegou a beneficiar a totalidade dos estudantes indígenas da UFGD em anos anteriores, a Reitoria mandou ofício para o MEC solicitando a ampliação do número de bolsas. “Nós argumentamos que em Dourados temos a maior reserva indígena em território urbano no Brasil, e além disso atendemos estudantes de todo o Estado que vêm pra UFGD estudar. No entanto, depois que mandamos o ofício, conseguimos somente sete ou oito bolsas a mais”, afirma  Lino. 

Nos próximos dias haverá uma reunião com os professores para apresentar aos servidores a situação e discutir algumas propostas de encaminhamento. Após essa reunião, será feita divulgação das tratativas. Por fim, o reitor salientou que está comprometido a buscar a solução para que os estudantes indígenas continuem tendo acesso à Universidade.

Fotos da manifestação ocorrida na manhã de sexta-feira (08)

 

Entenda- Tanto a Licenciatura Intercultural Indígena como a Licenciatura em Educação do Campo foram criados a partir de programas especiais do Ministério da Educação. Em 2005, o Ministério da Educação criou o Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais indígenas (PROLIND), fornecendo recursos para formação de turmas, sem nunca ter se tornado uma política de apoio permanente.

O curso de Licenciatura Intercultural Indígena "Teko Arandu" é um curso de licenciatura voltado para a formação de professores indígenas das etnias Guarani e Kaiowá. Os professores escolhem uma das quatro áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza.  Os egressos do curso vêm atuando nas comunidades do Estado, melhorando o ensino nas escolas das reservas indígenas, pois estão capacitados a articular os saberes da cultura tradicional e do conhecimento científico no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes.