Com a obra de conclusão paralisada em maio de 2011, o “Aquário do Pantanal”, que agora terá o nome de “Bioparque Pantanal – Espaço de Experiência e Conhecido”, será finalmente inaugurado quase 11 anos depois nesta segunda-feira (28/03) pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Construído no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande (MS), o empreendimento foi iniciado na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB), mas, devido à falta de recursos, a construção teve de ser interrompida e só foi retomada no dia 8 de maio de 2019 como parte do “Programa Obra Inacabada Zero”. 

Por determinação de Reinaldo Azambuja, o ex-governador foi convidado para a cerimônia de entrega do “Aquário do Pantanal” e inclusive terá o nome na placa de inaugural. De acordo com o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, que é pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSDB nas eleições deste ano, desde que a retomada da obra foi autorizada no atual Governo, muitas coisas foram feitas simultaneamente e em coordenação.

Ele completa que foi um desafio coordenar diversas frentes de trabalho simultaneamente para garantir a conclusão dessa importante obra. “Quando fui para a Secretaria Estadual de Obras, assumi um propósito muito firme de terminar esse empreendimento e entregá-lo à população. Concluímos uma longa jornada e, agora, se inicia uma nova história”, pontuou, revelando que o “Bioparque Pantanal” terá uma dimensão que ultrapassa o ponto de vista turístico, envolvendo pesquisa científica, educação e conscientização. 

“Vamos começar a operar de imediato, chamando a sociedade para dentro do Bioparque de maneira controlada, guiada, para poder ter o máximo de conhecimento e participação na maturidade do empreendimento. Esse é o nosso objetivo”, acrescentou Eduardo Riedel, completando que todo o calendário de visitação e demais detalhes da obra serão apresentados na inauguração. 

Com aproximadamente 19 mil m² de área construída, o “Bioparque Pantanal” conta com 33 tanques, sendo 23 internos e oito externos, além de um tanque de abastecimento e outro de descarte de efluentes, totalizando um volume de cinco milhões de litros de água, nas dependências do Parque das Nações Indígenas. Será o maior laboratório de peixes pantaneiros do mundo, abrigando 220 espécies de peixes neotropicais (151 espécies pantaneiras; 55 da Amazônia; 14 africanas e outras da Oceania, Ásia e América Central).

Convite aceito
Em conversa com pessoas próximas ao ex-governador André Puccinelli, que também é pré-candidato ao Governo do Estado nas eleições deste ano pelo MDB, o “pai” do “Aquário do Pantanal” aceitou o convite e irá à cerimônia, tendo, inclusive, direito a discurso. Ainda conforme fontes ouvidas pelo jornal A Crítica, boa parte da equipe dele não queria que o convite fosse aceito e, por isso, Puccinelli teria realizado uma pesquisa interna para saber qual deveria ser a resposta para o convite.

Segundo essas mesmas fontes, o resultado do “levantamento” feito a pedido do ex-governador foi que 71% dos entrevistados votaram para que ele aceitasse o convite, 21% pediram para que recusasse e 2% ficaram indiferentes sobre o tema. “Por isso, ele decidiu ir e ser o ‘André Paz e Amor’. Ao comparecer à cerimônia, ele vai demonstrar que é um verdadeiro ‘estadista’, deixando todas as polêmicas surgidas sobre a obra para trás”, declarou um interlocutor muito próximo de Puccinelli.

A obra, que tinha previsão de custar R$ 84 milhões, acabou chegando aos R$ 230 milhões e, nesses quase 11 anos, foram diversos impasses e denúncias de mau uso de recursos públicos, que acabaram por atrasar a conclusão do “Aquário do Pantanal”. Na época em que lançou a obra do empreendimento, André Puccinelli tinha na plateia da cerimônia Eduardo Riedel, que era o então presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). Agora, no evento desta segunda-feira, os papéis estarão invertidos, com Riedel como o pai do “Bioparque Pantanal” e Puccinelli como convidado, porém, desta vez ambos são adversários políticos na disputa pelo Governo do Estado.