Patrícia Martins | 08 de março de 2022 - 13h00

Acadêmicos reclamam do não funcionamento de restaurante da UFMS

Sem o restaurante, muitos acadêmicos estão se alimentando de salgados, comidas de baixo valor nutritivo ou até mesmo trazendo comida de casa para conseguir aguentar a rotina puxada

FECHADO
Inaugurado em 1980, o RU é fundamental para o dia a dia de estudantes, servidores  terceirizados, no almoço e jantar. Atende em média de 8 mil pessoas por dia - (FOTO: Reprodução/foursquare/UFMS)

Após dois anos entre ensino a distância e aulas semi presenciais, os alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), retornaram à Cidade Universitária, nesta segunda-feira (7), com atividades totalmente presenciais. O que seria apenas sentimentos de alegria e nostalgia para os alunos também foram momentos de surpresa e decepção ao descobrirem que mesmo com a finalização da ampliação do Restaurante Universitário (RU), o mesmo continua fechado. A previsão que o restaurante volte a funcionar somente em abril. 

Como o caso da Ana Carolina,21, que faz Arquitetura e Urbanismo. “É  bem complicado para mim, eu tenho que cozinhar a noite para conseguir trazer de dia, pois meu curso  é integral e tenho que ficar o dia inteiro na faculdade, eu chego cansada em casa e  tenho que fazer comida à noite  para conseguir comer na UFMS”.

Enquanto isso, os estudantes sem opções de refeições com preço acessíveis ou de locais próximos, muitos acadêmicos estão se alimentando de salgados, comidas de baixo valor nutritivo ou até mesmo trazendo comida de casa para conseguir aguentar a rotina puxada de um curso integral.

Inaugurado em 1980, o RU é fundamental para o dia a dia de estudantes, servidores  terceirizados, no almoço e jantar. Atende em média de 8 mil pessoas por dia. Ao todo foram investidos  mais de R$ 2 milhões para a revitalização do Corredor Central e ampliação do restaurante com uma nova cozinha aumentando sua capacidade de atendimento, novos lavatórios e sanitários,  um novo salão de alimentação e maior acessibilidade no local.

Com a desistência da empresa licenciada, a Universidade teve que abrir um pregão eletrônico em tempo recorde para que uma nova empresa assuma a gestão do prédio e fornecimento das refeições. A empresa será responsável pelo preparo das refeições, planejamento de cardápios, comercialização e deverá disponibilizar mão de obra especializada, equipamentos e utensílios em número suficiente para atender a comunidade universitária e visitantes além de ser responsável pelas condições higiênico-sanitárias e socioambientais.

Cassia Freitas Costa,19, acadêmica de Engenharia Elétrica, está se desdobrando já na primeira semana de aula. Vinda de outra cidade, Cássia já estava contanto com o RU, para se alimentar no almoço, com o  fechamento a sua situação financeira ficou mais difícil.

"Aumentou bastante os meus gastos, ontem tive que ir atrás de restaurante que é bem mais caro para comer. Hoje trouxe lanche de casa, então eu troquei a comida reforçada do almoço passou para noite, o que na janta que seria um lanchinho ficou para o dia. E não posso concorrer a uma bolsa, pois minha renda per capita da minha família não permite, não me encaixo nos requisitos do auxílio”.

Posicionamento do UFMS

O jornal A Crítica entrou em contato com a Agência de Comunicação Social e Científica UFMS (AGECOM), que passou o posicionamento da Universidade, ressaltando a entrega e a ampliação do Restaurante Universitário, passando para uma área construída de 1.446,3 metros quadrados, dessa forma aumentando sua capacidade de atendimento.

Em relação ao pregão da empresa que assumirá a gestão do Ru,  foi passado o prazo legal de 30 dias para instalação e início de fornecimento das refeições. A previsão é que o restaurante seja aberto em abril e  os estudantes vulneráveis continuarão recebendo o auxílio de alimentação até a abertura do novo espaço.

Não foi confirmado o novo valor que os estudantes pagarão ou mesmo se a Universidade tem alguma solução temporária para a situação dos acadêmicos que dependem do restaurante para se alimentar.