Artista de MS realiza oficina gratuita de teatro para pessoas cegas na Capital
Artista sul-mato-grossense prepara espetáculo estrelado por elenco cego
INCLUSÃOO ator, bailarino, cenógrafo, coreografo e diretor, Alexandre Melo, está com inscrições abertas para a oficina “O que os olhos veem o coração sente?”. Segundo Alexandre, podem se inscrever na oficina, pessoas cegas ou que tenham algum grau de dificuldade de visão.
“Podem se inscrever pessoas do Ismac ou pessoas cegas que não estejam lá também. As pessoas com visão reduzida também podem se inscrever, porque a oficina é exclusiva para esse público”, introduziu.
Há um total de 100 vagas na oficina, de onde sairá o elenco de um espetáculo com nome homônimo escrito e dirigido por Alexandre. “Nós temos 100 vagas, até agora tem 32 inscritos, abrimos bastante para ampliar a oportunidade. Da oficina vamos escolher 5 participantes para compor o elenco do espetáculo, que contará a história de uma pessoa em reabilitação”, revelou. O espetáculo deve ser apresentado no primeiro semestre de 2022 em Corumbá.
Nascido em Bataiporã e criado em Taquarussu no estado de Mato Grasso do Sul, Alexandre mudou-se em 2006, aos 16 anos, para Campo Grande
“Será apresentado em Corumbá porque lá tem a sede da Vale, que é a patrocinadora, o edital era para onde a Vale tem sede, então, propusemos 3 apresentações em espaços públicos e 3 em teatro”, comentou. A ideia é que as apresentações sejam realizadas num prazo de 4 dias. “A proposta é que façamos 2 apresentações por dia, talvez precisemos de mais alguns dias, mas a proposta inicial é essa”, disse, explicando que todos os atores/atrizes serão remunerados pelo trabalho.
A ideia do projeto e do roteiro do espetáculo nasceu em uma conversa entre Alexandre e seu tio Delci Francisco, de 55 anos. “Já faz alguns anos, o meu tio me parabenizava por uma apresentação que fiz, mas aí ele me disse que era uma pena que nunca iria conseguir me ver em cena... aquilo, aquilo mexeu comigo profundamente. Me fez refletir! De fato, a grande maioria dos espetáculos aqui, de teatro, os filmes, não tem acessibilidade, não tem audiodescrição, nada. Aí eu comecei a pensar no projeto, só que ao invés de fazer algo apenas acessível para eles, eu quis fazer um espetáculo que leve o público para o mundo deles, que o público possa sentir o mundo como eles sentem, assim nasceu o espetáculo”, resumiu.
A oficina é a primeira etapa do projeto, com carga horária total de 10h, as inscrições podem ser feitas neste link AQUI.