Alexandre manda Bolsonaro se manifestar sobre denúncia de intimidação a servidores da Anvisa
Ministro do Supremo Tribunal Federal despachou ofício ao presidente para que dê sua versão no âmbito de pedido do senador Randolfe Rodrigues para abertura de investigação; no dia 16, chefe do Executivo disse em live que havia solicitado 'extraoficialmente
SHI...AGORA COMPLICOUO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o presidente Jair Bolsonaro se manifeste, em 48 horas, sobre o pedido do senador Randolfe Rodrigues para que o chefe do Executivo seja investigado por suposta intimidação a servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O despacho foi assinado na quarta-feira, 22.
O ex-vice-presidente da CPI da Covid acionou a corte máxima após Bolsonaro, em ‘live’ realizada no último dia 16, dizer ter pedido “extraoficialmente” os nomes dos responsáveis pela decisão de autorizar a vacinação contra a covid-19 de crianças de 5 a 11 anos.
A autarquia reagiu de forma dura às declarações, dizendo “repudiar com veemência” ameaças feitas contra funcionário do corpo técnico do órgão.
Sem citar o nome do presidente, a associação dos servidores da agência, a Univisa, afirmou que “a intenção de se divulgar a identidade dos envolvidos na análise técnica não traz consigo qualquer interesse republicano”.
O deputado Reginaldo Lopes também acionou a corte máxima contra Bolsonaro em razão do episódio, atribuindo ao presidente suposta incitação de ameaças contra servidores da Anvisa.
Para o deputado, a declaração de Bolsonaro ‘animou’ pessoas a ameaçarem os servidores públicos – ‘o que, no mínimo, foi um risco assumido pelo noticiado, ao menos em tese’.
A vacinação de crianças enfrenta resistência por parte do governo Jair Bolsonaro, que anunciou que tal imunização só se dará com prescrição médica e autorização dos pais. A medida contrariou especialistas, que apontaram desnecessidade da medida, já que as vacinas são eficazes e seguras.
Acionado pela Rede Sustentabilidade, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, deu cinco dias para que o Executivo explique a necessidade de apresentação do documento para a imunização infantil.