Com corumbaense entre as vítimas, Força Aérea Brasileira encerra buscas por avião
Em nota, a FAB justificou que ao longo de dez dias de operação cobriu completamente toda a area referente ao provável local da queda, considerando-se as possibilidades de deslocamento em mar aberto
ACIDENTEA Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou ontem (5) que estão encerradas as buscas pelo bimotor que caiu no mar em 24 de novembro, na área entre as cidades de Ubatuba (SP) e Paraty (RJ). Dos três ocupantes da aeronave, um teve o corpo resgatado e dois permanecem desaparecidos. Entre as vítimas estava o piloto Gustavo Carneiro, 27, natural de Corumbá, a 450 km de Campo Grande. O corpo do profissional foi encontrado um dia após o acidente.
Em nota, a FAB justificou que ao longo de dez dias de operação cobriu completamente toda a area referente ao provável local da queda, considerando-se as possibilidades de deslocamento em mar aberto. A aeronáutica também disse que seguiu os padrões internacionais e realizou ações em condições meteorológicas que, embora instáveis, não comprometeram as missões na parte aérea.
"A FAB se solidariza com as famílias dos ocupantes da aeronave acidentada e ressalta que a operação de Busca e Salvamento pela Aeronáutica poderá ser reativada se justificada por meio do surgimento de novos indícios sobre a aeronave ou seus ocupantes", diz o comunicado.
Os familiares de Porfírio Júnior e Alves foram comunicados do encerramento das buscas na noite deste sábado (4). Neste domingo, os parentes usaram as redes sociais para lamentar e cobrar a continuidade dos trabalhos. "Essa notícia me dói profundamente. É revoltante. Como acreditar, e explicar aos meus filhos, que os órgãos que deveriam nos ajudar estão desistindo de encontrar o pai deles? É angustiante não ter informações, não conseguir achar respostas para tudo o que ocorreu. O que me resta é conseguir fechar esse ciclo e sinto que também estão me tirando este direito", escreveu a designer Tatiana Fogaça, mulher de Alves.
Neste domingo, a família de Porfírio Júnior anunciou nas redes sociais que fará buscas com a ajuda de barqueiros e pesqueiros. Cerca de 20 voluntários decidiram vasculhar a região com redes de arrasto, na tentativa de encontrar vestígios ou sobreviventes do acidente.
A informação foi compartilhada nas redes sociais pela namorada de Porfírio Júnior, a universitária Thalya Ares Viana, de 20 anos. A colaboração dos barqueiros e pesqueiros começou neste sábado. "Conseguimos montar um grupo para eles nos ajudarem. Ontem mesmo consegui juntar em torno de 20 da região", diz a mensagem. "Se tivermos coordenadas importantes também enviaremos a eles. E de pouquinho vamos indo. A união faz a força! Alguns possuem cabo de aço também e caso tenha algo leve, podemos içar", acrescenta o texto.
O primeiro dia de buscas com a ajuda dos voluntários não obteve sucesso. O trabalho estava previsto para continuar neste domingo. De acordo com a postagem, o mar está agitado e tem dificultado a localização das partes do avião."Hoje não encontramos nada passando a rede de arrasto, mas amanhã passaremos de novo e vamos rezar para que agarre o avião", diz a mensagem.
O avião, modelo PA-34-220T, pertencia a Porfírio Júnior. A aeronave não poderia fazer táxi aéreo, mas tinha autorização para fazer voos noturnos privados. A vistoria estava em dia. O bimotor foi fabricado em 1981. Seu Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) venceria em 6 de agosto de 2022. Com informações do IG Notícias.