O aumento do preço da gasolina em todo País fez com que o preço do combustível em Mato Grosso do Sul chegasse até R$ 6,30 em alguns estabelecimentos. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em Campo Grande dos 43 postos pesquisados o preço da gasolina comum encontrado está entre R$ 5,99 o mínimo e R$ 6,39 máximo. O valor varia bastante de município para município, em Três Lagoas a gasolina já chegou a R$ 6,66.

Com esse aumento consecutivo no valor do combustível, as bicicletas sempre retornam as pautas, sejam elas com marcha, sem marcha ou com motores elétricos. De 2020 para cá, houve um salto nas vendas das bicicletas devido a pandemia, com um aumento de 50% segundo a Pesquisa da Associação Brasileira do Setor de Bicicleta (Aliança Bike) se comparado aos anos anteriores. O baixo custo benefício também chama atenção quando o assunto é manutenção e reparos. 

Luciano Gomes, proprietário da Santana Bike Shop na Avenida Júlio de Castilho, está inserido no mundo das bicicletas há pelo menos 30 anos. Ele conta que a procura por esse meio de transporte aumentou com a pandemia. 

“Na pandemia a procura foi maior por causa das academias fechadas, a bicicleta ainda é um esporte, um lazer que você consegue fazer individual, e ela sempre foi uma alternativa quando a gasolina aperta, sempre tem a bike”, afirma.

Proprietário Luciano Gomes Santana - (Foto: Nathalia Alcântara)

Com sete funcionários, entre eles quatro mecânicos, o proprietário conta que diariamente chegam pessoas procurando bicicletas que são ideais para ir trabalhar. “Conheço pessoas com carro na garagem, que estão esperando melhorar o salário ou até a gasolina baixar. Elas compram a bicicleta para usar nesse período, isso é cotidiano nosso”, ressalta. 

O estudante de química, Nathan Carvalho, 21, optou pela bicicleta como meio de locomoção para o trabalho. Ele conta que até o seu serviço, são mais de 10 km, e que seria mais econômico. “Eu parei de ir para o trabalho de carro e comprei uma bike, a gasolina está muito cara e eu moro a 17 km do serviço. Comecei a ir de bicicleta, saio de casa às 4h40 e gasto em média 1 hora pra chegar. De ônibus iria demorar muito pra chegar, então eu prefiro já fazer o exercício e economizar”.

Com uma demanda maior, as vendas disparam e junto com elas a manutenção e os reparos. “O percentual de vendas aumentou mais de 50% aqui nas vendas das bicicletas, e em consequência disso a parte de manutenção aumenta também, então todo mundo que compra a bicicleta vai precisar dar um reparo para fazer a manutenção e isso faz com que as pessoas procurem mais”, relata o dono da Bike Shop.

Das mais baratas até as mais caras, são diversos produtos encontrados na Santana Bike Shop, para quem busca uma bicicleta como alternativa de locomoção para trabalhar, precisa  investir em conforto, qualidade e resistência. 

“Hoje estão sendo usadas bastante as bicicletas assistidas, as elétricas. A pessoa consegue chegar ao destino sem ‘sofrer muito’ digamos assim, por causa do auxílio do motor. Então cansa menos e na volta ela pode desligar o motor para pedalar e fazer o exercício”, explica. 

Aqui em Campo Grande as principais lojas especializadas já comercializam a elétrica. O preço média de uma com boa qualidade custa em torno de R$ 6 mil, se for levar em consideração a documentação, manutenção e o preço da gasolina, as bicicletas elétricas chamam mais a atenção dos campo-grandenses, do que em relação a uma moto normal.

Bicicleta mais vendida   - (Foto: Nathalia Alcântara)

“Hoje na loja temos a bicicleta mais cara de R$ 60 mil, que é uma específica para competição, para atletas de performance de altíssimo nível. Mas, temos a bike aro 29, que sai bastante e possui uma boa estrutura de alumínio, no valor de R$ 2,5 mil”, finaliza. 

Bicicleta profissional R$ 60 mil - (Foto: Nathalia Alcântara)

Assista ao IGTV no nosso instagram: