Da Redação | 21 de setembro de 2021 - 17h20

Bolsonaro foi o único dos líderes do G20 que não se vacinou

Presidente foi o primeiro a discursar e seguiu defendendo o chamado "tratamento precoce", além de criticar medidas de isolamento social e se se mostrar contrário ao passaporte sanitário para vacinados

SESSÃO DA ONU
O presidente Jair Bolsonaro, durante discurso na Assembleia-Geral da ONU - (Foto: Stephanie Keith/Getty Images/AFP)

O Brasil não conseguiu transmitir uma imagem positiva no quesito de medidas de combate à Covid-19, durante a 76ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), com sede em Nova York, aberta nesta terça-feira (21) para a participação dos líderes mundiais.  As apresentações seguem até 27 de setembro.

Enquanto os demais personalidades demonstraram preocupação com a imunização em massa de seus respectivos países, o presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro a discursar e seguiu defendendo, sem o uso de máscara, o chamado “tratamento precoce”, mesmo que este não tenha eficácia comprovada, além de criticar medidas de isolamento social que, para ele, são a causa da alta inflação brasileira.

"Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso 'off-label' [fora do que prevê a bula]. Não entendemos por que muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos", afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro é o único dos líderes do G20 que se apresentou como não imunizado. (Foto: Reprodução Twitter)

O chefe do Executivo também foi o único a afirmar não ter se vacinado até o momento. A ação destoa das exigências da Prefeitura de Nova York, uma vez que os comprovantes de vacinação foram requeridos como obrigatórios para a participação dos chefes de estado na sessão. Jair também se mostrou contrário ao passaporte sanitário para vacinados.

"Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil serão atendidos. Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina", afirmou Jair.