Carlos Ferreira | 04 de setembro de 2021 - 09h00

MDB Mulher MS convoca bancada federal para votar a favor de mais mulheres na política

Se usarmos como comparativo os resultados das eleições do ano passado, dos 79 municípios, apenas cinco mulheres foram eleitas

MAIS MULHERES NA POLÍTICA
Na sequência: Dra. Maria Maldonado, a deputado federal Rose Modesto e vereadora Manoelina de Costa Rica - (Foto: Reprodução)

Uma proposta apresentada pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT), pode agregar mais mulheres na candidatura política. Com o apoio de outros 28 senadores, o projeto busca garantir que as candidaturas sejam efetivamente financiadas pelos partidos políticos. A proposta, que tem como relator o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), insere na Constituição uma regra que foi introduzida em 2015 na Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096, de 1995): a reserva mínima de 5% do fundo partidário para a criação, manutenção e promoção de campanhas de mulheres na política.

Se usarmos como comparativo os resultados das eleições do ano passado, dos 79 municípios, apenas cinco mulheres foram eleitas. O número representa aproximadamente apenas 6,3% do total eleito, considerando os 79 municípios do Estado. Essa falta de representatividade foi aplicada até mesmo no número de candidaturas: apenas 30 dos 79 municípios lançaram mulheres ao cargo máximo do Executivo Municipal Executivo Municipal.

Segundo a médica e presidente do MDB Mulher MS, Dra. Maria José Maldonado, explica que apesar de existirem algumas políticas para o público, não há como deixar opinar. “Devagar as mulheres estão acordando e vendo que tem que participar também. Temos que estar em cargos de decisão, mesmo por que as mulheres são mais mediadoras, comprometidas e sem sombra de dúvidas a nossa contribuição faz toda a diferença no mundo político”, explica. Para a profissional, essa medida que está em andamento no Senado pode trazer mudanças positivas no cenário político.

“Tenho feito o meu papel a frente do MDB Mulher. Não só eu como todas as mulheres das bancadas femininas dos outros partidos, é uma luta de todas que estão dentro dos partidos para que a gente possa pedir para os representantes da bancada federal votar a favor desta medida”, afirma.

Maldonado destaca que cada partido tem a sua particularidade no momento em que vota contra ou a favor destes tipos de projetos. “Cada partido tem a sua maneira de enxergar esse assunto. Votação de cotas é um pouco mais ‘tranquilo’ nos partidos de esquerda como PT ou o PDT. Mas temos visto muita boa vontade com relação aos outros partidos também. Eu percebo que na grande maioria tem uma boa vontade de entender que esse é um bom pleito e que faz toda a diferença na nossa política. Por isso eu acredito que a maioria vai votar a favor”, explica.

A proposta recebeu 23 emendas, e o relator acolheu cinco delas em seu relatório. O substitutivo foi aprovado com ajuste promovido pela emenda do senador Paulo Paim, segundo a qual os partidos políticos devem destinar às campanhas eleitorais recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha conforme critérios interna corporis, considerada a autonomia e o interesse político partidários, devendo ser aplicado o mínimo de 30% do valor recebido para as candidaturas proporcionais femininas, a serem repartidos entre mulheres negras e brancas, na proporção das candidaturas apresentadas pelo partido ou coligação.