Bombeiros enterram animais encontrados queimados no Pantanal
Além do macaco, a corporação encontrou também tatus, serpentes e outras espécies
QUEIMADASAs queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul ainda não acabaram, e ao que tudo indica, não há nem previsão disso acontecer. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) aponta que nesta terça-feira (24) são 312 focos de fogo. Além da flora, a fauna se encontra totalmente em perigo, já que o Corpo de Bombeiros enterraram ontem (23), um macaco encontrado morto, depois incêndio que atingiu região entre Jardim e Bonito. Além do macaco, a corporação encontrou também tatus, serpentes e outras espécies.
Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), órgão vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontam que as queimadas já devastaram 261,8 mil hectares do Pantanal neste ano. No mesmo período do ano passado, a área queimada foi de 265,3 mil hectares, segundo Márcio Yule, coordenador estadual do PrevFogo em Mato Grosso do Sul.
A situação nas regiões afetadas é desesperadora. O município de Porto Murtinho, a 443 km de Campo Grande, decretou estado de emergência por conta dos incêndios. Os ribeirinhos precisaram ser retirados por barcos e aviões e, neste final de semana, os bombeiros e brigadistas receberam reforço de militares para combater o fogo.
Fazendeiros emprestaram maquinário para abrir aceiros na vegetação completamente seca e, onde o fogo passou, a intensidade e a velocidade das chamas foram tão grandes que animais não conseguiram escapar.
Na Reserva Kadiwéu os brigadistas indígenas trabalham dia e noite. As áreas úmidas da reserva secaram, e o fogo se alastra em várias frentes. Até agora, a área queimada no bioma Pantanal é duas vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro, acima da média histórica de área queimada para este período. E pode piorar.
Com a situação de risco o Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), vai repassar mais de R$ 8,6 milhões para ações de combate a incêndios florestais no Mato Grosso do Sul. Os recursos serão destinados a sete cidades – Aquidauana, Bodoquena, Bonito, Corumbá, Jardim, Miranda e Porto Murtinho – e possibilitarão o trabalho de bombeiros militares e outros profissionais pelo período de 90 dias.
“Recebemos orientação do presidente Jair Bolsonaro de priorizar as ações de combates a incêndios florestais em toda a região Centro-Oeste. Esses recursos que estamos liberando hoje vão possibilitar uma atuação mais forte no Mato Grosso do Sul pelos próximos três meses, de maneira a diminuir os danos ambientais e materiais decorrentes dessas queimadas”, destaca o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
O repasse da Defesa Civil Nacional será usado na compra de combustível para viaturas, barcos, aeronaves e equipamentos utilizados no combate aos incêndios florestais. Serão 5 mil litros de gasolina comum, 54 mil de óleo diesel, 13,6 mil de gasolina para aviação e 37,8 mil litros de querosene para uso em helicópteros.