Da Redação | 03 de agosto de 2021 - 17h10

Saiba quem são as vítimas dos "Justiceiros da Fronteira" até o momento

No último domingo (1º) dois irmãos foram brutalmente assassinados pelos "justiceiros" que estão fazendo uma sequência de mortes na região da fronteira com Mato Grosso do Sul

TERRA SEM LEI
Bilhete deixado - (Foto: Divulgação)

Os irmãos Robson e Jeferson Martinez de Souza, de 19 e 21 anos, foram as mais novas vítimas dos “Justiceiros da Fronteira”. Eles foram mortos na noite do último domingo (1) em Pedro Juan Caballero, próximo à divisa com Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande.

O jornal paraguaio ABC Color reportou que as vítimas, que eram da mesma família, trabalhavam em um lava-rápido na cidade brasileira, e tinha o hábito de ir ao país vizinho com frequência. O chefe da 3ª Delegacia de Pedro Juan Cabellero, Frederico Samudio, relatou à rádio do Paraguai AM 0800 que os autores dos disparos estavam em uma caminhonete preta.

O médico forense Marcos Prieto, que periciou os corpos, disse que um dos irmãos sofreu 20 tiros, na cabeça, tórax, pescoço e abdômen, e, o outro, novo, no pescoço e tórax. A nota deixada na cena de crime é endereçada a um grupo chamado “Guardiões do Crime do Brasil”, e, conforme informações preliminares do inquérito, prometiam “vingança”. “Não vamos mais permitir roubos na fronteira”, diz o texto. 

Não é a primeira vez que o grupo paraguaio comete assassinatos contra brasileiros. No dia 26 de julho, o casal Luis Mateo e Anabel Centurión foram mortos a tiros em uma choperia, quando o casal passeava para comemorar aniversário. No bilhete encontrado no local, a mensagens parecida foi encontrado com os corpos. Além do casal, duas mulheres ficaram feridas e foram socorridas até o Hospital San Lucas, localizado na cidade paraguaia. Segundo o sub-comissário Pedro Román, os atiradores estavam a bordo de um veículo Toyota Corolla. No local do crime, foram encontradas 43 cápsulas de 9mm.

O casal foi assassinado

Dois dias depois, no dia 28, o corpo de um adolescente de 17 anos, foi encontrado na cidade de Pedro Juan Caballero. Um bilhete parecido com o que foi encontrado após a execução do casal foi encontrado junto ao corpo da vítima. De acordo com o investigador da Polícia Nacional do Paraguai, Jorge Vidallet, o corpo foi encontrado por moradores, que acionaram as autoridades.

 

O corpo do adolescente foi encontrado com varias perfurações - Foto: Gilberto Diaz

Segundo a polícia, havia sinais de que parte da pele entre o tórax e o pescoço da vítima foi arrancada por mordidas de algum animal, de acordo com o legista; as mãos do adolescente também foram decepadas. O médico também encontrou ferimentos de faca no corpo da vítima.

Amarrado às pernas do jovem, havia um bilhete que dizia: "os justiceiros estão de volta, avisamos que é só o começo da morte dos ladrões" (em tradução do espanhol para o português).

Um dia depois, Eduardo Gonzalez, 18, foi encontrado esquartejado em Ponta Porã. Conforme o boletim de ocorrência, Eduardo foi perseguido, alcançado e colocado dentro de um carro de luxo, no Jardim Universitário. Policiais chegaram no local em seguida, porém, os suspeitos já tinham fugido levando o rapaz.

Mais tarde, a polícia foi informada de que havia um carro em chamas às margens da BR-463. Perto do veículo, os policiais encontraram o corpo de Eduardo: esquartejado e com um bilhete ao lado.

O aviso dizia: "Celso Gonçalves e Leandro Gonçalves (Surubi), vocês são os próximos". O papel foi recolhido para perícia, assim como as nove cápsulas encontradas junto ao carro: três de pistola 9 mm; 5 de pistola 556 e uma de pistola 762.

Eduardo Gonzalez tinha 18 anos

O carro incendiado ficou completamente destruído e, segundo a polícia, sem condições de identificar a placa ou chassi. O veículo é do mesmo modelo usado no sequestro de Eduardo.

Como o crime aconteceu no Brasil, foi registrado e será investigado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul como homicídio qualificado pelo emprego do meio e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. Eduardo Gonzalez morava em Ponta Porã e, de acordo com a polícia, não tinha passagens criminais.