Da Redação | 03 de agosto de 2021 - 16h10

Entenda mais sobre a doença que matou a promoter Alicinha Cavalcanti

Uma doença neurodegenerativa, com origens genéticas e considerada rara, uma vez que acomete quatro a cada 100 mil pessoas

AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA
Alicinha Cavalcanti - (Foto: Divulgação)

A morte da promotora de eventos mais conhecida do Brasil, Alicinha Cavalcanti, pegou a todos de surpresa. Conhecida pelo seu sorriso aberto e ser amiga de diversas celebridades, a promoter morreu ontem (2) em consequência da APP (afasia progressiva primária). Uma doença neurodegenerativa, com origens genéticas e considerada rara, uma vez que acomete quatro a cada 100 mil pessoas.

A jornalista e apresentadora Marília Gabriela era amiga de Alicinha e informou que ela lutava há muito tempo contra a APP. Em 2016, começou a recusar convites para festas e se afastar da badalada noite carioca, onde ela era rainha.

De acordo com o neurologista, Danilo Vilela, os primeiros sintomas da doença aparecem na faixa dos 65 anos e começa com dificuldade na fala. "A APP acomete o cérebro, pincipalmente na região fronto temporal [lobos frontais e temporais]. É doença neurodegenerativa, com tendência de piora progressiva ao longo do tempo. O paciente começa a ter dificuldade de expressão e compreensão na fala e nas palavras. Com o passar do tempo, a fala do paciente se torna mais lenta, com pausas mais prolongadas e o paciente vai tendo mais dificuldade em nomear objetos e pessoas", explica o médico.

Não existe um tratamento específico para curar a enfermidade, somente cuidados de reabilitação. "Não existe um tratamento específico para a doença, a partir do diagnóstico, na maioria dos casos, o que é utilizado são medidas de reabilitação fonoaudiológicas, psicológicas e fisioterápicas. Não existe um tratamento específico para essa doença", lamenta Vilela.

Alicinha era uma das principais promotoras de festas do país e responsável por convidar celebridades para eventos sociais, principalmente, do Rio de Janeiro. Ela tinha uma vida bem agitada. Essas podem ser as causas que a tiraram da vida social.

Segundo o médico, "as situações de estresse e ansiedade podem dificultar ainda mais a forma de a pessoa se expressar, o que piora os sintomas da doença."

As consequências da APP são as responsáveis pela morte de pacientes. O avanço da doença pode impedir a alimentação, a movimentação e, com o tempo, a pessoa perde autonomia. O óbito, geralmente, está relacionado a complicações relacionadas ao estado global do paciente ou a infecções, de acordo com o neurologista.