Barroso cria núcleo no TSE para monitorar e reforçar segurança do sistema eleitoral
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral escolheu dois profissionais do alto escalão da instituição para formar um núcleo de monitoramento que reforce a segurança do sistema eleitoral brasileiro
TSEO ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), escalou dois profissionais do alto escalão da instituição para formar um núcleo de monitoramento que reforce a segurança do sistema eleitoral brasileiro. A decisão tomada nesta terça-feira, 27, ocorre em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e membros do governo federal investem em uma escalada de tensão na relação com os líderes dos outros dois Poderes da República, a fim de viabilizar a pauta do voto impresso auditável - amplamente defendida pelo chefe do Executivo.
Com a missão de acompanhar qualquer manifestação que diga respeito à segurança do processo eleitoral, Barroso definiu como responsáveis a secretária-geral do TSE, Aline Osório, e o secretário de tecnologia da instituição, Julio Valente. Juntos, eles terão a função de dar continuidade e aprimorar a campanha contra a circulação de notícias falsas que desinformam sobre as eleições e a urna eletrônica. Atualmente, o Tribunal veicula notícias em seu site com o intuito de desmentir conteúdos tendenciosos envolvendo a instituição. sobre a eleição e a urna eletrônica.
O Tribunal tem sido um dos alvos preferenciais do presidente Jair Bolsonaro em sua cruzada contra a urna eletrônica. No dia 9 deste mês, Bolsonaro insultou o atual presidente do TSE chamando-o de "imbecil". Na mesma ocasião, o chefe do Executivo subiu o tom contra o sistema eleitoral e deu vazão à tônica de ameaças cada vez mais presente no discurso do governo contra as eleições do ano que vem. "Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições", disse a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada.
Os ataques ao processo eleitoral, porém, não se restringem mais à alçada do presidente da República. Como mostrou o Estadão, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, declarou a um importante interlocutor político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que ele dissesse " a quem interessar" que as Forças Armadas não estarão dispostas a permitir a realização dos pleitos estadual e federal no ano que vem sem a adoção do voto impresso.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), que pede a inclusão de impressoras na urna eletrônica a fim de criar uma nova etapa de auditagem dos votos, atualmente encontra-se em tramitação na Câmara. A pauta, porém, tende a não ser aprovada nem mesmo na Comissão Especial que analisa o projeto.