MS apresenta predominância atual da linhagem P1 do novo coronavírus, aponta estudo
A linhagem P1 do coronavírus surgiu em Manaus no final de 2020 e pode ser de 1,7 a 2,4 vezes mais transmissível que outras linhagens
VARIANTE DA COVID-19Um estudo realizado por pesquisadores da UFMS, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) realizou o mapeamento genômico do novo coronavírus em amostras de exames realizados no estado e identificaram que, atualmente, a linhagem P1 prevalece em circulação. A linhagem P1 do coronavírus surgiu em Manaus no final de 2020 e pode ser de 1,7 a 2,4 vezes mais transmissível que outras linhagens.
“Nas amostras coletadas em 2020, identificamos diferentes linhagens. Em março deste ano, a P1 foi constatada em 80% das amostras e nas posteriores, ela estava presente em todas”, explica um dos coordenadores da pesquisa James Venturini.
O mapeamento é uma das ações do projeto de pesquisa Avaliação sistêmica integrada da COVID-19 em Mato Grosso do Sul: aspectos moleculares, epidemiológicos, clínicos, imunológicos e de vigilância, iniciado no ano passado. O objetivo do projeto é promover ações integradas de pesquisa, vigilância e suporte técnico-científico a gestores e profissionais da saúde, para fortalecer e regionalizar o enfrentamento da Covid-19 em MS.
A pesquisa sobre as linhagens do novo coronavírus envolveram na UFMS pesquisadores dos laboratórios Labdip da Famed, de Ecologia e Biologia Evolutiva (Lebio) do Instituto de Biociências (Inbio) e Imunologia Clínica (Labimune) da Facfan, além da equipe do Lacen.
Para monitorar e compreender o padrão de variação espaço-temporal da circulação do vírus, foram sequenciados os genomas virais de 37 amostras clínicas coletadas em 2020 (maio, junho e dezembro) e 2021 (março, abril e maio de 2021), abrangendo 11 municípios do Estado: Campo Grande, Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Brasilândia, Ivinhema, Dourados, Naviraí, Amambai, Ponta Porã, Bela Vista e Antônio João.
“A maior parte das amostras foram obtidas pela demanda da SES por exames realizados, e a outra parte a partir dos projetos de pesquisas da UFMS”, explica James. “No Labdip, foi realizada a primeira etapa: extração de RNA; no Labimune, a segunda etapa: RT-qPCR e no Lebio, a terceira etapa: sequenciamento completo do genoma de SARS-CoV-2”, detalhou o coordenador.