‘Dar visibilidade a autoras’ esse é o intuito do clube de leitura chamado Leia Mulheres. Atualmente, mais de 100 membros participam das comunidades digitais. Em cada mês um livro é escolhido pelas participantes que frequentam as reuniões online, para que que todas possam desfrutar de uma boa leitura juntas. O grupo está espalhado em diversos estados brasileiros, aqui em Campo Grande, a mediadora é a jornalista Evelise Couto que contou ao Light a trajetória e objetivo do clube.

“Nossas reuniões são mensais. Nos reunimos desde julho de 2018 e até março de 2020 realizamos reuniões presenciais, quase todas no Sesc Cultura. Quando íamos começar a fazer no Museu de Imagem e do Som começou a pandemia. A partir de então começamos a realizar reuniões online, pelo Meet. Os encontros vêm se mantendo assim até agora, todos os meses”, disse Evelise.

A jornalista explicou como nasceu o clube de leitura, que acontece não só aqui em Campo Grande, mas em diversos estados do Brasil.

“O clube surgiu em 2014 com o intuito de incentivar as pessoas a lerem mais obras escritas por mulheres. Pelas mãos da escritora e ilustradora britânica Joanna Walsh, foi criado o projeto #ReadWomen2014, um chamamento diante de um mercado editorial restrito e com pouca visibilidade para as autoras”, contou.

“Em 2015, a brasileira Juliana Gomes convidou as amigas Juliana Leuenroth e Michelle Henriques para transformarem a ideia de Joanna em algo presencial em livrarias e espaços culturais no Brasil. Um convite à leitura de obras escritas por mulheres, de clássicas e contemporâneas. Nascia assim o projeto Leia Mulheres no Brasil, que hoje se espalha por mais de 100 cidades no país todo e até em alguns outros países”, continuou.

A jornalista explicou como nasceu o clube de leitura, que acontece não só aqui em Campo Grande, mas em diversos estados do Brasil

Com reuniões regulares, o grupo se encontra para discutir exclusivamente obras escritas por mulheres. A iniciativa chegou a Campo Grande em julho de 2018 e Evelise listou algumas das obras que já foram lidas.

“De lá para cá foram lidas obras como Sejamos Todos Feministas (Chimamanda Ngozie Adichie), A Hora da Estrela (Clarice Lispector), Olhos D`Água (Conceição Evaristo), Quarto de Despejo (Carolina Maria de Jesus), Persépolis (Marjane Satrapi), A Vegetariana (Han Kang), Como Água Para Chocolate (Laura Esquivel), Pequeno Manual Antirracista (Djamila Ribeiro) e muitos outros”, comentou.

Para Evelise a leitura incentiva o pensamento, o senso crítico do ser humano e expande horizontes. “Além disso, ela trabalha fatores como a imaginação, a criatividade e até mesmo a empatia, pois faz com que nos coloquemos no lugar do outro. O objetivo de uma boa leitura é agregar, construir conexões, ensinar, mas também divertir”, revelou.

A professora e escritora Tania Souza participa do Leia mulheres e garante que o clube possibilitou muitas risadas, emoções, reflexões, encontros presenciais inesquecíveis e de certa forma, um espaço de acolhimento em tempo de pandemia, nos encontros virtuais.

“O essencial desses momentos é conhecer a literatura produzida por mulheres do mundo inteiro. O interessante do Leia Mulheres é escolher gêneros variados, alguns que normalmente não leríamos e isso nos tira da zona de conforto, oportuniza novos olhares. E no meu caso, como escritora, tive uma oportunidade maravilhosa de ter um texto lido pelo Leia Mulheres Campo Grande, foi uma emoção muito bonita”, declarou.

Para a leitura desse mês foi escolhido o livro ‘A Suíte de Tóquio’ de Giovana Madalosso. Em julho, o clube entra de férias e volta em agosto com a leitura de ‘Se Deus Me Chamar Não Vou’, de Mariana Carrara Salomão. Para conhecer mais sobre o Leia Mulheres ou fazer parte dele, acessa a sua página no Instagram.

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