Denise Luna | 31 de maio de 2021 - 11h36

Brasileiro pode estar pagando R$ 8,7 bi a mais por energia de térmicas, diz Idec

Idec identificou 33 usinas térmicas, que não estão entregando os volumes de energia contratados

SEM ENTREGA
Estudo do Instituto Brasileiro do Consumidor (Idec) aponta que o brasileiro pode estar pagando R$ 8,7 bilhões pela energia de usinas térmicas, que não estão entregando os volumes de energia contratados - (Foto: Reprodução)

Estudo do Instituto Brasileiro do Consumidor (Idec) aponta que o brasileiro pode estar pagando R$ 8,7 bilhões pela energia de usinas térmicas, que não estão entregando os volumes de energia contratados. O Idec identificou 33 usinas nessa situação, ou cerca de 6,5 mil megawatts.

Dentro deste grupo, segundo o instituto, existem térmicas a carvão mineral, óleo diesel, óleo combustível e gás natural.

"Os casos mais graves são os da Termorio, UTE Mauá 3 e Candiota 3, cujas receitas fixas anuais são de R$ 1,2 bilhão, R$ 1,06 bilhão, e R$ 734,5 milhões, respectivamente", explica o Idec, que realizou o estudo em parceria com o Instituto Clima e Sociedade e o apoio da consultoria Volt Robotics.

Mesmo sem operar, as térmicas garantem uma remuneração fixa, cujo custo é repassado aos consumidores via tarifa de energia (conta de luz). Somente após três anos consecutivos indisponíveis é possível rescindir o contrato entre distribuidoras e usinas geradoras.

A indisponibilidade de algumas usinas térmicas do País também é uma preocupação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que fez um levantamento apontando que entre janeiro a março, de 2.500 a 4.500 megawatts de geração térmica ficaram fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), seja por falta de combustível ou linhas de transmissão para escoar a energia, ou pela idade das unidades.

A EPE sugere que as penalidades para essa falta de disponibilidade de operação sejam elevadas, como forma de inibir a situação.

"Nós temos um parque térmico que aparentemente é suficiente, mas na prática tem uma parte que não tem condições de operar regularmente", disse em recente entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Adilson de Oliveira, especialista em energia.

O resultado do estudo foi encaminhado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).