Matheus Andrade* | 18 de maio de 2021 - 16h44

Bolsas de NY fecham em baixa com temor de inflação e Fed

O mercado segue observando com atenção as perspectivas de inflação nos Estados Unidos e as possíveis reações por parte do Fed, um dia antes da divulgação da ata da mais recente reunião da autoridade monetária

EM BAIXA

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta terça-feira, em sessão volátil especialmente para o setor de tecnologia. Os índices acionários foram pressionados perto do fim do pregão com ajustes de posição antes do fechamento. O mercado segue observando com atenção as perspectivas de inflação nos Estados Unidos e as possíveis reações por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), um dia antes da divulgação da ata da mais recente reunião da autoridade monetária. Desta forma, indicadores e aparições públicas de dirigentes foram monitorados. Seguindo a queda no barril de petróleo, ações do setor também pressionaram os índices.

O Dow Jones encerrou em baixa de 0,78%, a 34.060,66 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 0,85%, a 4.127,83 pontos, e o Nasdaq recuou 0,56%, a 13.303,64 pontos, pressionado com ajustes de posição ao final do pregão, depois de ter operado no terreno positivo no começo do dia.

Sobre a possibilidade de reação do Fed à alta da inflação, o chefe de estratégia de mercado da Mediolanum International Funds, Brian O'Reilly, diz que "esse sempre foi o principal risco: os BCs retiraram a tigela de liquidez antes do fim da festa".

Na segunda-feira, o presidente da distrital de Dallas, Robert Kaplan, afirmou que a taxa dos Fed funds deveria começar a subir já em 2022.

A inflação entre 2% e 4% pode ser o "ponto ideal" para as ações, avalia O'Reilly. Ele pondera que a alta de preços não é necessariamente negativa a todos os setores. A recuperação econômica deve continuar beneficiando ações como as de bancos, bem como empresas de viagens e lazer, que são sensíveis à reabertura. Mas empresas com balanços sólidos e capacidade de aumentar os preços, como as farmacêuticas e fabricantes de produtos domésticos, também devem se sair bem, aponta. Nesta terça, após dados mostrarem que as construções de moradias iniciadas nos EUA recuaram bem mais do que o esperado em abril as ações foram pressionadas.

A Tesla teve alta de 0,18% e recuperou parte das perdas recentes. Entre outras big techs, a tendência foi de recuos. Facebook (-1,74%), Amazon (-1,17%), Apple (-1,12%), Alphabet (-1,16%), que controla a Google, e Microsoft (-0,86%) caíram, pressionando o Nasdaq. Outras quedas relevantes foram da AT&T (-5,80%) e da Discovery (-1,60%), ainda na esteira do anúncio de união das empresas de segunda-feira.

Com as tratativas por um acordo nuclear com o Irã no radar, o petróleo teve baixa, e Chevron (-3,01%), ExxonMobil (-2,83%) e ConocoPhilips (-1,73%) seguiram a tendência de queda. Por outro lado, com balanço publicado nesta terça, apresentando lucros acima da expectativa de analistas, as ações do Walmart fecharam com alta de 2,11%.

*Com informações Dow Jones Newswires.