Emídio Denardi | 26 de fevereiro de 2021 - 08h34

Serviço remoto de fortalecimento familiar da SAS é aprovado por 92% dos usuários

Além das atividades que estimulam a convivência, postadas pelos profissionais da unidade, ela agora também troca mensagens de apoio e informações pelo grupo de WhatsApp criado pelo CCI

FAMÍLIA
Quando as atividades presenciais que frequentava há mais de um ano no Centro de Convivência Elias Lahdo, no Bairro Monte Castelo, foram suspensas devido à pandemia - (Foto: Prefeitura de Campo Grande)

Quando as atividades presenciais que frequentava há mais de um ano no Centro de Convivência Elias Lahdo, no Bairro Monte Castelo, foram suspensas devido à pandemia, a professora aposentada Lindinalva Martins Aquino, 70 anos, ficou apreensiva.

“Foi um momento crítico e tive que buscar outras alternativas como a costura, leitura e pintura para me manter ocupada. Mas não foi suficiente, porque sentia muitas saudades da convivência com os amigos do CCI. Além disso, meu corpo sentiu a falta dos exercícios físicos que praticava com os professores”, lembra.

Com a implantação do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na modalidade remota da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), o contato, mesmo que virtual, com os profissionais e amigos do CCI voltou a fazer parte da rotina de Lindinalva.

Além das atividades que estimulam a convivência, postadas pelos profissionais da unidade, ela agora também troca mensagens de apoio e informações pelo grupo de WhatsApp criado pelo CCI.

“É maravilhoso esse trabalho. Os profissionais são carinhosos e zelosos com a gente. Se todos entendessem esse benefício, da prática da convivência e da boa amizade, teriam a vida transformada”, ressaltou.

A declaração da aposentada reflete o grau de satisfação dos usuários do serviço remoto, implantado há quatro meses.

Segundo a gerente da Rede de Proteção Básica, Gizeli Motta do Prado, a estratégia criada pelos técnicos do setor consiste no envio de atividades de forma remota, via canais digitais, como grupos de WhatsApp e, em algumas situações, por meio de vídeo chamadas.

A proposta é garantir a continuidade do trabalho de fortalecimento de vínculos, que antes da pandemia ocorria de forma presencial dentro dos serviços de convivência oferecidos pelos Cras e Centros de Convivência do Idoso.

O serviço era desenvolvido por meio de ações socioeducativas, como rodas de conversa e dinâmicas de grupo e que agora foram adaptadas para os canais digitais, intermediadas por educadores e facilitadores sociais.

Análise

Para avaliar a qualidade do trabalho desenvolvido, a equipe da Gerência da Rede de Proteção Básica realizou uma pesquisa inédita e ouviram 300 usuários com o intuito de verificar a efetividade do serviço remoto e se há necessidade de readequação das atividades para atender a real necessidade dos usuários.

No total, 92,3% das pessoas disseram estar satisfeitas ou muito satisfeitas com as ações remotas. A pesquisa ainda revelou que o serviço está contribuindo para o bem-estar de 81,7% dos usuários. Como o foco é garantir que as atividades remotas tenham o mesmo resultado das ações presenciais, a equipe elaborou um minucioso roteiro seguido pelos educadores sociais e técnicos das unidades, responsáveis pela elaboração e aplicação das atividades.

O documento orienta quanto à implantação das atividades e métodos para avaliar a efetividade das ações. Além disso, são feitas reuniões periódicas para analisar o serviço oferecido nos grupos virtuais. O objetivo é apoiar as famílias em situação de isolamento, levando-se em conta as peculiaridades de cada núcleo familiar e os impactos do isolamento entre idosos e jovens, públicos-alvo das atividades.

“Famílias que já sofriam vulnerabilidades relacionadas, como conflitos, abandono, isolamento e preconceitos, tiveram essas situações agravadas com a pandemia, por isso o resultado da pesquisa nos deixou muito satisfeitos, já que a adesão demonstra a importância da implementação do serviço remoto para amenizar o impacto prejudicial da pandemia na qualidade de vida destes usuários”, ponderou Gizeli.

Novo projeto

Os resultados obtidos mostraram à equipe que a dinâmica tem conseguido atingir o objetivo, prova disso é o crescente número de usuários do serviço, que hoje conta com 440 pessoas, principalmente na faixa etária acima de 60 anos, o que totaliza 65,7% do público inscrito no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, seguido dos jovens entre 6 e 15 anos, que representam 18,4% do público.

Com base nos resultados positivos, a equipe da Rede de Proteção Básica está implantando agora, um projeto de atendimento via telefone, já que muitos usuários ainda encontram dificuldade na comunicação digital ou não possuem internet.

O contato com as famílias deverá ser realizado regularmente, pois o objetivo é resgatar e fortalecer o vínculo dos usuários com a unidade que frequentavam antes da pandemia e estabelecer uma rede de apoio e proteção.

Assim como ocorre na dinâmica virtual, os técnicos irão conversar com o usuário e identificar as dificuldades que ele esteja passando no que diz respeito ao isolamento social

A ideia é que as pessoas se sintam acolhidas durante o diálogo. Dessa forma será possível estabelecer as atividades adequadas às suas necessidades.