Da Redação | 24 de dezembro de 2020 - 14h10

Pesquisa indica que 80% dos alunos de Comunicação querem disciplina sobre desinformação

O levantamento faz parte da pesquisa de iniciação científica, "Erro jornalístico, desinformação e ética: o olhar dos futuros comunicadores", desenvolvida durante um ano entre os futuros jornalistas e publicitários

'FAKE NEWS' NÃO!
A pesquisa foi escolhida pelos estudantes de Publicidade e Propaganda, Diego Marques e Felipe Jara, que procuraram a professora Lisa Rodrigues, docente da disciplina de Cultura das Mídias, manifestando o interesse pelo assunto das "fake news" - (Foto: Arquivo)

Neste momento pandêmico é natural o surgimento de “fake news” em maior dimensão, se comparado com outros períodos. Visando não cair nessas armadilhas, 80% dos universitários de uma instituição privada de ensino da Capital afirmaram que querem uma disciplina sobre desinformação na grade curricular de ensino.

O levantamento faz parte da pesquisa de iniciação científica, “Erro jornalístico, desinformação e ética: o olhar dos futuros comunicadores”, desenvolvida durante um ano entre os futuros jornalistas e publicitários.

A pesquisa foi escolhida pelos estudantes de Publicidade e Propaganda, Diego Marques e Felipe Jara, que procuraram a professora Lisa Rodrigues, docente da disciplina de Cultura das Mídias, manifestando o interesse pelo assunto das “fake news” que eles diziam despertar muito a atenção e curiosidade.

“Achei importante a iniciativa e procura pela desinformação ter vindo dos próprios alunos que, incomodados com o fenômeno, se viam aflitos em entender para poder combater a disseminação das informações falsas”, destaca a professora.

Após alguns meses de estudo, outros estudantes entusiasmados com o desenvolvimento da pesquisa decidiram embarcar no projeto.

“Ao concluirmos a pesquisa chegamos ao veredito de que muitos acadêmicos de Comunicação sentem dificuldades para identificar uma desinformação e fazer a checagem se uma informação está correta ou não”, ressalta o acadêmico de Publicidade e Propaganda, Adjairo Arruda. De acordo com ele, a investigação denuncia que é preciso não apenas falar sobre o assunto, como propor ações para que os futuros profissionais da comunicação possam de fato atuar no campo profissional com maior segurança e capacidade de discernimento.

Para Diego Marques, aluno do sexto semestre de Publicidade e Propaganda, a investigação reflete que os estudantes dos cursos de Publicidade e Propaganda e de Jornalismo têm opiniões bem diversificadas quanto aos assuntos que dão nome a pesquisa. “Por exemplo, os futuros publicitários não se acham responsáveis em relação à desinformação nas redes sociais e aplicativos, eles acreditam que essa responsabilidade é, exclusivamente, do jornalista”, salienta.

Para o estudante e orientando Felipe Jara do sétimo semestre, o tema é importante e precisa ser discutido. "É um tema que está sendo muito difundido, e que a expressão já esta se tornando corriqueira, sendo que muitas vezes as pessoas nem sabem o que significa. Tem pesquisadores que tratam deste assunto, mas são poucas as pesquisas e me orgulho em dizer que somos pioneiros. A pesquisa tem um papel fundamental e social, principalmente para nós comunicadores, que temos a missão de trazer a verdade e os principios pétricos da Comunicação", afirma.

Recentemente o grupo apresentou os resultados na III Jornada Interdisciplinar Hipóteses da Faculdade Estácio e I Seminário Regional Centro Sul de Pesquisa e levou para casa o prêmio de “Honra ao Mérito” pela relevância do assunto dentre várias investigações apresentadas pelas faculdades participantes de vários estados do Brasil.

Resultado da pesquisa - A maioria dos universitários que participaram da pesquisa (48,8%) afirmaram desconhecer agências de fact checking (aquelas que analisam se uma informação é verdadeira ou não). Já para 46,3% dos estudantes acreditam que deveria existir uma disciplina específica que tratasse mais sobre a identificação e combate à desinformação.

Outra temática que veio à tona foi a ética, pois houve diferença na pesquisa quantitativa (formulários) em que a ética foi entendida de maneira geral como valores e comportamentos imutáveis e na qualitativa (entrevistas) houve alterações no entendimento de seu papel na vida profissional que depende da situação em que o profissional do jornalismo ou publicidade se encontram, além de esbarrar na questão mercadológica e de sobrevivência, ela se torna mutável.

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