PSOL ganha assentos na Câmara de SP com mandatos coletivos e vereadores trans
Partido de Boulos foi o que mais cresceu, de 2 para 6; legenda de Covas passou de 12 para 8, mas, ao lado do PT, seguirá com mais parlamentares
POLÍTICACom uma taxa de renovação próxima do que foi obtido nas eleições passadas (38%), a Câmara Municipal terá dois vereadores trans na próxima legislatura, dois mandatos coletivos e a manutenção de antigos caciques. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou o nome dos 55 eleitos na manhã desta segunda-feira, 16. PT e PSDB perderam vagas, mas continuam sendo as maiores bancadas (com oito vereadores cada). O PSOL, partido do candidato Guilherme Boulos, foi o que mais cresceu, partindo dos 2 assentos atuais para 6 vereadores eleitos. Veja a lista completa dos eleitos em São Paulo.
Auxiliares do prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição, já avaliavam um crescimento da bancada do PSOL por causa da campanha do adversário da legenda. O PSDB perdeu quatro cadeiras e passou de 12 para 8 vagas na próxima legislatura.
Os campeões de votos, mais uma vez, foram Eduardo Suplicy (PT), pela terceira vez o mais votado do País, e Milton Leite (DEM), aliado do prefeito Bruno Covas que teve a campanha para vereador mais cara do Brasil neste ano. Entre as novidades, há Erika Hilton (PSOL), primeira mulher trans eleita na cidade, e Thammy Miranda (PL), primeiro homem trans. Foram dois mandados coletivos, ambos do PSOL: Bancada Feminista e Quilombo Periférico. O número de mulheres eleitas foi recorde: 13.
Parlamentares antigos da casa, como José Police Neto (PSD), Soninha Francine (Cidadania) e Claudinho de Souza (Cidadania), não conseguiram se reeleger.
Embora o PT continue uma das maiores bancadas, o partido não conseguiu eleger nenhum nome novo e ainda perdeu a vaga do vereador Reis, que chegou a ser líder da bancada no ano passado.
O Novo, que tinha uma cadeira, com Janaína Lima, fez o segundo assento com a vereadora Cris Monteiro, apesar de o partido sofrer um revés com a candidatura de Filipe Sabará para a Prefeitura.
Pelo Republicanos, foi eleita a primeira vereadora abertamente bolsonarista na cidade, Soraia Fernandes. A Câmara paulistana já tinha um vereador com discurso de apoio a Jair Bolsonaro, com Rinaldo Digilio, mas o parlamentar não tinha o suporte direto do presidente. Soraia já chegou a participar das lives de Bolsonaro.
Fernando Holiday, do Movimento Brasil Livre (MBL), que possui mandato pelo Patriota, viu a bancada do partido triplicar. Na próxima legislatura, o partido de direita terá também Rubinho Nunes e outro youtuber, Marlon do Uber.
Dois herdeiros de vereadores históricos, George Hato (filho de Jooji Hato), do MDB, e Rodrigo Goulart (PSD), filho do vereador Goulart, que haviam obtido o primeiro mandato nas eleições passadas, conseguiram se reeleger.
E a Câmara terá também dois irmão que se ajudaram na política no passado mas, nas eleições, haviam se tornado rivais: Roberto Trípoli (PV) e Xexéu Trípoli (PSDB) conseguiram se eleger, ambos defendendo a causa animal e a sustentabilidade. O discurso de defesa animal foi também o que impulsionou Felipe Becari (PSD), um dos novos nomes na Casa.