Pesquisa da UFMS promete levantar história natural e ecologia de anfíbios e répteis na área urbana
Os pesquisadores querem descrever o uso do microhabitat por anfíbios e répteis no município de Campo Grande
PESQUISAO estado de Mato Grosso do Sul é habitat de numerosas espécies de vertebrados. Muitos desses animais, acuados pela urbanização, acabam por ter de sobreviver em meios onde há ocupação do homem, por vezes suscetíveis a riscos maiores.
Diante dessa situação, pesquisadores da UFMS querem descrever o uso do microhabitat por anfíbios e répteis no município de Campo Grande.
O projeto de pesquisa “História natural e ecologia de anfíbios e répteis de área urbana do município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul” tem como objetivo avaliar se a estrutura e características do microhabitat e a temperatura interferem na escolha e no seu uso por espécies de anfíbios e répteis urbanas, além de descrever aspectos ecológicos e da história natural dessas espécies na Capital.
De acordo com a coordenadora do projeto, professora do Instituto de Biociências (Inbio) Vanda Ferreira, “alguns anfíbios e répteis podem, de alguma forma, sobreviver a essas condições antrópicas e conviver em sintonia com a comunidade humana na área urbana. Conviver em harmonia é almejável, mas depende da quebra de medos e mitos que envolvem esses animais, além do conhecimento e conscientização dos serviços ecossistêmicos que esses animais prestam à comunidade urbana”.
O projeto também tem como proposta realizar oficinas educativas com produção de material informativo sobre as espécies alvo, de forma a ampliar a familiarização e a conscientização da importância ecológica da fauna urbana.
Com previsão de realização até 2021, o estudo será executado prioritariamente na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN/UFMS).
Os pesquisadores escolheram algumas espécies alvo presentes na área urbana de Campo Grande para iniciar a pesquisa. Dentre elas está a jiboia (Boa constrictor), considerada uma das maiores serpentes não peçonhentas do Brasil, que pode chegar a quase dois metros de comprimento.
Ainda participarão da pesquisa as duas espécies de jacaré presentes no Lago do Amor, parte integrante da reserva natural da Cidade Universitária – onde estima-se a existência de 25 exemplares das espécies Caiman latirostris, o jacaré-de-papo-amarelo e o Caiman yacare, o jacaré do Pantanal.
(Foto: MF Piñeiro)