Professores e as lições da pandemia é o tema do Caminhos da Reportagem
A pandemia do novo coronavírus modificou a rotina de vários profissionais e com os educadores não foi diferente
EDUCAÇÃO“Eu sinto falta do contato, do cheiro, do abraço”. Essa afirmação é da professora Jackelyne Morais e abre o programa Caminhos da Reportagem de hoje (18), às 20h, na TV Brasil, que marca o Dia do Professor, comemorado no dia 15 deste mês. A pandemia do novo coronavírus modificou a rotina de vários profissionais e com os educadores não foi diferente. Quase que de um dia para o outro, a sala de aula foi substituída pela tela do computador, e professores se viram diante de um desafio inédito: o fechamento das escolas públicas e particulares, que afetou, só no Brasil, 44 milhões de crianças e adolescentes.
Esse fechamento, no entanto, não representou o fim das atividades escolares. Pelo contrário. Levantamento feito pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) mostrou que 96% das redes municipais ofereceram atividades não presenciais, online e offline. “O primeiro ponto que a gente tem que falar é sobre a força e a coragem dos docentes que assumiram, com muita coragem, num momento histórico, o seu papel de continuar vinculados aos estudantes, ainda que a distância” afirma a educadora Gina Vieira, que tem quase 30 anos de sala de aula.
O início não foi fácil. Valéria Barbosa, que dá aulas para o quinto ano em uma escola do Distrito Federal, conta que começar a dar aulas virtuais “gerou muita angústia, muita aflição”. Com o passar dos meses e o aumento da intimidade com a tecnologia, ela conseguiu se adaptar bem e comemora o envolvimento e a evolução de alguns alunos. “Tem uma aluna que foi assim como uma flor, ela desabrochou. É a primeira a responder, quer ler. É uma gracinha”, relata a professora.
Mesmo com exemplos positivos, a pandemia revelou uma faceta da desigualdade social: nem todos os estudantes têm acesso à internet para a realização das atividades. A professora Valéria envia, semanalmente, tarefas impressas para que ninguém fique sem estudar. Ainda assim, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em todo o Brasil 9% dos estudantes estão sem nenhum tipo de atividade escolar durante esse período. “O nosso objetivo é não perder esse aluno, que ele não saia da escola porque está longe”, torce o professor de biologia do Rio de Janeiro, Félix Hermínio.