Hanelise Brito | 17 de outubro de 2020 - 11h20

Com 850 casos em 2019 no Estado, mulheres relatam importância do diagnóstico precoce do câncer

A campanha Outubro Rosa é realizada anualmente no país com o intuito de combater o câncer de mama

OUTUBRO ROSA
Laudicéia Araújo tem câncer de mama - (Foto: Arquivo pessoal)

A campanha Outubro Rosa é realizada anualmente no país com o intuito de combater o câncer de mama. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), durante todo o ano passado, Mato Grosso do Sul registrou 850 casos de mulheres com câncer de mama, sendo 280 só em Campo Grande.

Bruna Thamires, 29, descobriu o câncer de mama há um ano e conta como foi a descoberta. “É importante nos conhecermos e nos tocarmos, eu descobri o câncer através de um toque e logo procurei um médico. O meu diagnóstico foi precoce e isso foi fundamental para que o oncologista fizesse um tratamento que melhor pudesse responder. Primeiro passei pela quimioterapia, depois pela cirurgia e também a radioterapia”, afirma.

A paciente precisou fazer a retirada de um dos seios. “A minha cirurgia, foi em junho deste ano, fiz a mastectomia total. No começo fiquei triste, pois uma parte do meu corpo seria retirada, porém eu sabia que o câncer também estava indo embora. Sempre digo que são cicatrizes e marcas de guerra de uma pessoa que está lutando para viver. Hoje estou muito feliz por saber que estou bem e que meu corpo respondeu bem a todo o tratamento”, destacou.

Bruna Thamires, 29, descobriu o câncer de mama há um ano e conta como foi a descoberta

No Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, 60% das quimioterapias são destinadas para mulheres em tratamento com o câncer de mama. O hospital conta com a entidade Rede Feminina de Combate ao Câncer que atua acolhendo pacientes oncológicos fazendo doações de perucas, próteses mamárias, lenços, toucas e turbantes.

A Presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Magda Braz Alves, explicou sobre o trabalho realizado pela instituição. “Trabalhamos com o resgate da feminilidade da mulher que passa pelo diagnóstico e tratamento do câncer, 90% destas mulheres perde o cabelo e muitas vezes ocorrem a retirada dos seios. A Rede Feminina entra com o seu acolhimento emocional”, explica.

A Presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Magda Braz Alves

Laudicéia Araújo tem a doença e conta como foi importante receber apoio da Rede Feminina. “Quando descobri o câncer eles me deixaram muito tranquila, me deram muitos conselhos a respeito da quimioterapia e tudo o que ela causaria. Me deram peruca, lenços e me trataram com muito carinho e paciência”, afirma.

Laudicéia Araújo tem a doença e conta como foi importante receber apoio da Rede Feminina

Para manter a realização destas atividades, a entidade possui um brechó que recebe doações de roupas e calçados que são vendidos e proporcionam retorno na parte financeira. A rede também mantém uma casa de apoio para abrigar pacientes que moram no interior, podendo ficar durante todo o tratamento, sem nenhum custo.

Sobre a campanha do mês de outubro, Magda reforça. "Sendo diagnosticada precocemente a chance de cura é de 95%, por isso a grande importância desta campanha. Este ano em função da pandemia, estamos um pouco atrasados com a carreta para a realização de exames, mas logo ela estará disponível e para a compensação desse atraso, os exames de mamografia também serão feitos em novembro, dezembro, e enquanto houver mulher interessada em realizar”, destaca.

Para manter a realização destas atividades, a entidade possui um brechó que recebe doações de roupas e calçados que são vendidos e proporcionam retorno na parte financeira

A mamografia deve ser feita de dois em dois anos. A faixa etária para realização do exame é de 45 a 60 anos, porém caso a mulher tenha hereditariedade ou tenha identificado alguma diferença no seu seio ela também pode realizar independente de sua idade.