Geliel Oliveira e Hanelise Brito | 17 de setembro de 2020 - 10h45

Em ritmo lento, vendas nas feiras em Campo Grande voltam ao normal

Feirantes voltam a ocupar os espaços demarcados nas ruas da Capital

AOS POUCOS
As feiras de Campo Grande voltaram a funcionar - (Fotos: Geliel Oliveira/Hanelise Brito)

Após uma série de medidas de distanciamento social para evitar aglomerações devido o coronavírus, feirantes que não podiam atuar durante esses períodos mais críticos da pandemia voltam a ocupar os espaços demarcados nas ruas da capital sul-mato grossense.

Feirante há 27 anos, Angela Maria de Jesus relata que encontrou muitas dificuldades durante a pandemia, entre elas, a queda das vendas, ocasionada pela diminuição de fregueses, o aumento de preço dos alimentos e a ausência de alguns deles. “Ficamos semanas sem trabalhar, as vendas despencaram e eu não gosto nem de tocar no assunto. O preço dos alimentos aumentou e algumas mercadorias faltaram,  mas agora os fregueses estão voltando aos poucos e as coisas estão querendo voltar ao normal’’, afirma.

Angela Maria é feirante há 27 anos

O estudo divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revelou que apesar do setor ter sido atingido em cheio, o impacto foi menor nas Centrais de Abastecimento (Ceasas), caindo apenas 3% nos cinco primeiros meses do ano, uma das áreas mais afetadas foi das folhosas, por serem produtos extremamente perecíveis.

Campo Grande mostra em seus relatórios que apesar de uma leve baixa, os números diários de casos da Covid-19 ainda são crescentes. Preocupado com a situação o produtor rural José Martins afirma ter seguido as recomendações bem acima do esperado. “Fiquei 30 dias quieto em casa, não saía para lado nenhum, muitas vezes perdia mercadoria, faltou dinheiro, não colhemos, quando colhíamos não podíamos trazer para fazer a venda e mesmo se trouxéssemos não tínhamos para quem vender”, explica.

A feirante vende verduras e legumes

“A mercadoria que trazemos da fazenda ao meu ver é bem superior as vendidas nos mercados e no Ceasa, apesar disso as pessoas não dão valor. Eu consigo vender bem, mas o pouco que sai daqui é mercadoria de primeira”, completa.

Nos segmentos de varejo de bijuterias e roupas no geral a população conseguiu achar uma solução com as vendas a distância para pequenas, médias e grandes empresas, o que amorteceu o impacto causado pela pandemia. Porém nas feiras a situação dos trabalhadores não foi bem assim.

As bancas nas feiras atendem um público diversificado

João Batista que vende de bijuterias e roupas nas feiras diz que o período é difícil mas aos poucos se acostumou com as medidas decretadas pelo governo. “Aprendemos a gastar pouco para fazer muito. No meio tempo que não conseguimos vir trabalhar ficamos de mãos atadas, não conseguimos fazer nada, porém aprendemos a ficar mais controlados com os gastos. Tudo que podemos fazer é esperar o melhor para todos”, finaliza.

A Capital se encontra sob bandeira laranja na classificação semanal do programa Prosseguir, a recomendação é de apenas serviços essenciais de baixo risco, tais como profissionais liberais, serviços de ambulantes, hotéis e algumas partes do varejo.