Correção: Retomada do Rodoanel Norte levará dois anos e vai custar mais R$ 1,5 bi
24 meses são o tempo estimado para que as obras fiquem prontas após assinatura dos novos contratos
POLÍTICADiferentemente do que foi publicado anteriormente, as obras não terão prazo de conclusão até 2023. As obras devem demorar 24 meses para ficarem prontas a partir da emissão da ordem de serviço para a retomada do projeto, após a assinatura dos novos contratos. A data da assinatura dos contratos não está definida. Segue texto corrigido:
Depois de mais de dois anos paralisadas e envolvidas em uma série de investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, as obras para a conclusão do trecho norte do Rodoanel devem ser retomadas nas próximas semanas. O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira, 9, que o novo edital para a conclusão do projeto será publicado nesta quinta-feira, dia 10.
As obras não ficarão mais prontas até o término do atual mandato de Doria. A previsão é que três dos seis trechos de obras fiquem prontos dentro de 24 meses a partir da assinatura dos novos contratos, o que supera o prazo prometido de dezembro de 2022.
A obra tinha orçamento original, em 2014, de cerca de R$ 9 bilhões (em valores corrigidos) e tinha o término previsto pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para 2016. A obra já consumiu cerca de R$ 10 bilhões. Segundo o governo do Estado, o novo edital prevê um gasto extra de mais R$ 1,5 bilhão para a conclusão dos trabalhos.
A conclusão do Rodoanel Norte será um trabalho feito em seis lotes. Quando ficar pronto, o trecho terá 44 quilômetros de extensão e fará a ligação entre a Rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos e a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na zona norte da capital, onde há a conexão com o trecho oeste do Rodoanel, o primeiro a ser concluído, em 2002.
Se os novos prazos e custos forem cumpridos, o anel viário ao redor da Grande São Paulo terá levado 19 anos para ser feito, custado R$ 28 bilhões e ficado marcado por desvios que favoreceram autoridades paulistas.
As obras do trecho norte haviam sido paralisadas em uma disputa judicial entre as empresas que tocavam a empreitada anteriormente (Mendes Júnior, Isolux, Corsan, OAS, Acciona, Construcap e Copasa) e o governo do Estado. As empresas cobram o Estado em cerca de R$ 900 milhões por serviços que teriam sido realizados e não foram pagos.
Já as empresas e o governo são alvo de investigações de um esquema de superfaturamento nas obras: serviços eram pagos sem terem sido executados e parte dos recursos era desviado. O ex-presidente da estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) e ex-secretário de Transportes do governo Alckmin Laurence Casagrande Lourenço é um dos 14 acusados de desvios, e chegou a ficar preso em 2018 durante a Operação Pedra no Caminho, da Polícia Federal. As investigações citam desvio de R$ 625 milhões nas obras.
Governo estadual prepara site de transparência
Com a retomada das obras, o governo do Estado prepara o lançamento de um site que mostrará imagens de câmeras de vigilância para mostrar o andamento das obras. A proposta é que a população possa acompanhar a execução dos novos trabalhos, que serão feitos pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), uma vez que a Dersa foi extinta no ano passado.
O site também terá informações de outras 137 obras rodoviárias em andamento em São Paulo.