Da Redação | 25 de julho de 2020 - 09h15

Desde março, 18 mil empresas encerraram as atividades em Campo Grande

Em março deste ano, a Capital tinha 122.838 CNPJs ativos

CORONACRISE
Durante a semana o comércio de rua na Capital vai poder funcionar das 9h às 17h e em apenas dias úteis - (Foto: Denilson Secreta)

Desde o começo da pandemia, a Capital está implementando diversas medidas de biossegurança que estão afetando diretamente o comércio local. A intenção é diminuir a proliferação do coronavírus que hoje é líder de casos confirmados no Estado. Segundo um levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande, junto ao banco de dados do SPC Brasil, em três meses  Campo Grande perdeu cerca de 18 mil empresas prestadoras de serviço e comércio, de 46.683 para 28.404, o que significa diminuição de postos de trabalho, renda e impostos.

Em março deste ano, a Capital tinha 122.838 CNPJs ativos, sendo que 63.423 eram microempreendedores individuais, 22.139 prestadores de serviço, 24.544 comércios e, 12.732 atividades não relacionadas com o varejo. Do total de prestadores de serviços e comércio (46.683), 43.923 eram micros, 2.171 pequenos, 243 médios e 346 grandes empresas.

Agora fazendo uma comparação com junho, o número de CNPJs baixou para 98.088, sendo que 62.719 são microempreendedores individuais, os prestadores de serviço caíram para 14.658 e o comércio para 13.746. Do total de prestadores de serviço e comércio (28.404), as microempresas diminuíram para 25.965, as pequena para 1.964 e as 209 médias. Mesmo as grandes empresas não sobreviveram à pandemia, das 346 existente em março, apenas 266 ainda estão abertas.

No último fim de semana (18 e 19), a Prefeitura de Campo Grande determinou a paralisação de todas as atividades econômicas e sociais não essenciais até o dia 31 de julho de 2020. Não se aplicam as medidas aos serviços de assistência à saúde, incluindo atividades da atenção primária a saúde e serviços médicos e hospitalares; farmácias e drogarias; hipermercados, supermercados, mercados, açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros, quitandas, centros de abastecimento de alimentos; serviços de infraestrutura, tais como fornecimento de água, esgoto, energia elétrica, distribuição de gás, telefonia e internet; atividades relacionadas à cadeia de resíduos; postos de combustíveis e serviços de apoio em rodovias; atendimento médico veterinário; serviços de entregas (delivery) e de segurança particular; serviços funerários; serviços de hospedagem e ações de fiscalização e exercício do poder de polícia em geral. Está proibida ainda a consumação nos locais.

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Durante a semana o comércio de rua na Capital vai poder funcionar das 9h às 17h e em apenas dias úteis. Com as novas regras, o comércio em geral pode ser aberto, de segunda à sexta-feira, às 9h, encerrando as atividades às 17h. Já shoppings centers poderão funcionar, das 11h às 19h. Exceção apenas para os serviços de delivery de farmácias e serviços de saúde, que podem funcionar em horário estabelecido no alvará de localização e funcionamento respectivo.

Os estabelecimentos que estão permitidos a abertura, devem funcionar com lotação máxima de 30% de sua capacidade. Bares, restaurantes e padaerias não poderão fazer a junção de mesas e a ocupação máxima fica limitada a 6 pessoas por mesa. As regras foram divulgadas por meio de decreto no Diogrande.

O presidente da CDL/CG, Adelaido Vila, lamentou que tantos empresários não tenham conseguido sobreviver a esse período. “A pandemia expôs a fragilidade das administrações públicas, que não foram capazes de dar soluções eficazes, nem para a saúde das pessoas, nem para a economia. É lamentável que tantas pessoas tenham perdido sua capacidade de sobrevivência e ainda corram tantos riscos a sua saúde”.

O presidente ainda lembrou que o varejo adotou todas as medidas de biossegurança, ficou fechado por mais de quinze dias, tem várias regras a cumprir e é sempre o primeiro a sofrer com as restrições, e ainda assim, o número de casos só aumenta na cidade. “O resultado de tudo isso é que hoje Campo Grande sofre com a morte de pessoas e de empresas, que não sobrevivem à falta de planejamento. Campo Grande está de luto, apesar de tanta luta dos comerciantes para sobreviverem a mais esta batalha”, lastimou.