Campo Grande possui aumento de brechós on-line devido à pandemia
Atualmente Campo Grande é líder em MS com mais de 80 brechós online, além dos estabelecimentos físicos espalhados pelos municípios
VINTAGEQuem não gosta de comprar roupa boa, bonita e barata? Renovar o guarda-roupa é um dos hobbies favoritos das mulheres, mas com a pandemia em ascendência em MS, atividades como ir as lojas físicas para fazer as tradicionais 'comprinhas', se tornou uma tarefa não muito simples. Por esse motivo, escolher roupas em boas qualidades e com preços acessíveis nos brechós on-line vêm ganhando cada vez mais força. Esqueça a imagem de lojinhas bregas e ultrapassadas, a tendência evoluiu e se tornou um sucesso, inclusive nas redes sociais.
Atualmente Campo Grande é líder em MS com mais de 80 brechós online, além dos estabelecimentos físicos espalhados pelos municípios.
Em decorrência do alto risco de contágio do novo coronavírus e o isolamento social, a navegação pelo Instagram cresceu muito, contribuindo diretamente para vendas online. A proprietária do Brechó Pele Preta, Mariana Moraes dos Anjos, 22, comemora a visibilidade que a rede oferece.“Tenho alcançado muitas pessoas, é uma forma da representatividade da mulher negra ser vista. Sou apaixonada por brechós e quis criar um ambiente voltado para a valorização da minha cor, que também seja confortável a todos os tamanhos e idades, um meio sustentável de expressar a beleza preta e enaltecer tantas outras”, relata.
As meninas com os looks comprados do brechó - (Foto: Reprodução/Instagram Brechó Pele Preta)
Se para o empreendedor o meio on-line tem sido benéfico, para o consumidor ele é ainda mais atrativo e prático. A estudante Beatriz Brites Prado, 20, consegue conhecer variados brechós a seu gosto com apenas alguns cliques. “Com certeza se tornou a compra mais segura neste momento. As compras estão na palma da mão, possibilitando a flexibilidade ao acompanhar as atualizações da loja e fazer pedidos diretamente do conforto de casa, o que ajuda na otimização do tempo”, explica.
A empresária Bruna Fernandes Barbosa, 31, idealizadora do Brecharia, líder no ranking de seguidores na Capital, confirma a positividade nas negociações digitais. “Apesar da diminuição em mais de 50% nas vendas físicas, nosso perfil possui um largo alcance. Em média, são 10 mil contas por semana, dessa forma, as despesas comerciais reduziram pois agora trabalho apenas com entrega e retirada tomando os cuidados preventivos”.
Aliás, por não seguir uma linha de produção industrial, o “garimpo” permite a aquisição de peças únicas e originais com valores mais justos comparado às grandes lojas. “A ideia de preços acessíveis é uma forma de conscientização onde todos podem ter roupas bonitas como das indústrias, já que essas desvalorizam o trabalho do pequeno empreendedor e o comércio de bairros”, defende Mariana. Já no Brecharia, a curadoria vintage trabalha com peças mais atuais, como outlet e desapegos de luxo, mas, ainda sim, oferecendo custos razoáveis.
Alguns dos itens da Brecharia nas redes - (Foto: Reprodução)
Fora o benefício econômico, o consumo consciente está diretamente ligado à preservação do meio ambiente. A bióloga Francine Dorneles, 22, além de chefiar o Angico Brechó, ministra palestras sobre a Sustentabilidade na Moda. “O objetivo é apresentar maneiras de reaproveitamento de materiais e como economizar. A confecção de uma simples blusa de algodão utiliza cerca de 3 mil litros de água, é um grande gasto de recursos naturais. Não podemos esquecer que o trabalho escravo também está por trás de muitas produções industriais, mais uma reflexão necessária sobre a origem do que consumimos”, finaliza.