12 de julho de 2020 - 08h06

Caminhos da Reportagem exibe programa sobre a leishmaniose no Brasil

A equipe do Caminhos da Reportagem viajou até os estados da Bahia e do Maranhão para ouvir as histórias de quem convive com a doença

SAÚDE
Quando recebeu o diagnóstico também descobriu que era soropositivo. A baixa imunidade agravou o seu estado de saúde. - ( Foto: Alexandre Silva/ Agência Brasil)

A leishmaniose é uma doença que, todos os anos, afeta mais de 600 mil pessoas em todo o mundo. No Brasil, em 2018, quase 20 mil pessoas foram diagnosticadas com esta enfermidade. A equipe do Caminhos da Reportagem viajou até os estados da Bahia e do Maranhão para ouvir as histórias de quem convive com a doença. 

Causada por mais de 20 espécies de leishmania, um protozoário, ela é transmitida pela picada de diferentes espécies de insetos vetores. O principal deles, no Brasil, é o mosquito-palha. Existem dois tipos de leishmaniose: a tegumentar ou cutânea, que se manifesta na pele, e a visceral, mais conhecida como calazar, que afeta órgãos internos. A doença não é contagiosa. 

A zona rural de Corte de Pedra, no interior da Bahia, é considerada uma região endêmica quando o assunto é a leishmaniose cutânea. Jonas de Jesus e sua esposa, Tatiele de Jesus Oliveira, conviveram de perto com a doença. Em Jonas, os primeiros sinais se manifestaram há mais de dez anos - uma ferida na testa, que ele acreditava ser uma espinha. Depois disso, mais de duas mil lesões tomaram todo seu corpo. “Sentia febre alta, doía muito mesmo. Não sentia muita fome, comia bem pouco, emagreci mesmo”, ele conta.

O tratamento da leishmaniose cutânea é feito por injeções, o que, para o dermatologista da Universidade Federal da Bahia Paulo Roberto Lima Machado, representa um problema. “É uma doença que atinge pessoas que vivem em áreas rurais, em áreas de florestas, longe de centros urbanos. Essas pessoas têm que se deslocar diariamente durante 20, 30 dias para tomar essas injeções, que têm inúmeros efeitos colaterais”. Jonas, por exemplo, conta que já interrompeu o tratamento algumas vezes, por falta de condições econômicas de ir até o hospital. 

Na mesma região, Vadalberto Oliveira convive com a leishmaniose ainda ativa e faz tratamento para cicatrizar as marcas da doença em seu nariz. Quando recebeu o diagnóstico também descobriu que era soropositivo. A baixa imunidade agravou o seu estado de saúde. 

Leishmaniose visceral