Carlos Ferreira | 07 de julho de 2020 - 15h00

Devido a lotação nos leitos das UTIs, toque de recolher em Campo Grande passa a valer das 20h às 5h

O prefeito alertou que mudar o horário do toque de recolher é para evitar o “lockdown” na cidade

A PARTIR DE AMANHÃ
O prefeito na live de hoje (7) - (Foto: Reprodução)

Preocupação. Com a curva de casos de coronavírus em ascendência e o aumento de pessoas nas ruas durante a noite em Campo Grande, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) decidiu ampliar o toque de recolher na Capital, e a partir de amanhã (8) a medida vai valer das 20h às 5h. Um dos motivos da decisão, é devido a lotação das UTIs que hoje (7) chegou a 72%. O prefeito alertou que mudar o horário do toque de recolher é para evitar o “lockdown” na cidade.

Entre hospitais públicos e privados, a prefeitura tem 223 leitos de UTI com 161 ocupados. “Estamos com uma margem de 28% dos leitos vazios, mas isso não pode servir de incentivo. Se reduzirmos nesses 12 dias, até as escolas poderão voltar no mês de agosto a sua normalidade”, alerta.

O prefeito explicou que a decisão de alterar o horário do toque de recolher para mais cedo, foi após perceberem o crescimento de circulação das pessoas durante o período noturno. “Por isso nós mechemos no toque de recolher. O dado concreto é que esses leitos não são para pessoas com coronavírus. Estes leitos estão prontos para receber pessoas com vários problemas como infarto, derrame ou aquele que se envolve em acidente de trânsito. Só nos últimos cinco dias, sete pessoas de acidente de trânsito tiveram que ir para a área vermelha desses hospitais e todos eles se acidentaram após o horário do toque de recolher”, informa.

O horário de funcionamento dos estabelecimentos também será alterado. “Durante o dia, comércio (de alimentos e todos os outros), academias e demais estabelecimentos poderão continuar funcionando, mas com a limitação de atender com 40% da capacidade”, diz.

Roberto Oshiro, 1º secretário da Associação Comercial e Idustrial de Campo Grande (ACICG), participou de uma reunião com a prefeitura nesta manhã. “A saída que encontramos foi o toque de recolher a partir das 20h, além da redução da capacidade de lotação das empresas para 40% e a proibição de música ao vivo. A fiscalização vai continuar de forma mais rigorosa para poder evitar o lockdown”.

Como forma de evitar ainda mais a super lotação, a prefeitura já solicitou ao Governo Federal medicamentos como o cloroquina e ivermectina para que não haja evolução nos casos. “Se a pessoa dá entrada com suspeita, ela vai tomar algum medicamento antes mesmo do resultado para evitar que vá ser necessário o leito hospitalar ou UTI para evitar o colapso e isso pode acontecer no futuro”, explica.

Para os artistas da noite também haverá restrição. Vai ficar proibida música ao vivo em bares e restaurantes. Desde o dia 10 de junho, além das apresentações de voz e violão, estavam liberados shows de duplas. O prefeito explicou que a medida está estimulando aglomerações madrugada adentro.

A previsão é que o decreto seja divulgado amanhã (8).

*Matéria atualizada às 15h32 para o acréscimo de informações.