Rosana Siqueira | 03 de julho de 2020 - 09h17

Moradores denunciam uso de produto parecido com argila para tapar buracos e prefeito nega acusação

Equipes da Prefeitura fizeram as obras nesta semana e moradores desconfiam do material usado paras fechar buracos em avenida

RIO VERDE

Moradores de Rio Verde , distante 170 quilômetros de Campo Grande, estão denunciando que uma das principais avenidas do município a Porfírio Gonçalves estaria sendo recapeada com argila. Fotos enviadas a redação da Críitica mostram tapa- buracos feitos com um produto que se assemelha com a argila.

Os trabalhos teriam sido realizados na terça-feira (30) e quarta-feira (1º) desta semana por equipes da prefeitura. O assunto foi tema de hoje (3) no programa Giro Estadual de Notícias que é transmitido pela Serra FM, de Rio Verde.



Fotos do asfalto com susposto material que seria argila

Um ouvinte que não quis se identificar, mas disse que carrega o produto, afirmou que, na verdade, a mistura que vai nessa massa seria pedrisco, cascalho saibro e cimento. “Não se trata de argila. Eu trabalho com caminhão e puxo este material para fazer a massa, seria uma mistura de cascalho, saibro, cimento e pedrisco”, explicou.

O outro lado - O prefeito de Rio Verde Mário Kruger refutou as denúncias de que o produto usado no tapa-buraco seja argila. Segundo ele trata-se de solo-cimento, “que é  o material resultante da mistura homogênea, compactada e curada de solo, cimento e água em proporções adequadas”. Ele enfatizou que o produto resultante deste processo é um material com boa resistência à compressão, bom índice de impermeabilidade, baixo índice de retração volumétrica e boa durabilidade. “O solo é o componente mais utilizado para a obtenção do solo-cimento. O cimento entra em uma quantidade que varia de 5% a 10% do peso do solo, o suficiente para estabilizá-lo e conferir as propriedades de resistência desejadas para o composto”, acrescentou.

A opção pelo solo cimento foi feito por conta do tipo de solo que existe em Rio Verde. “São terras arenosas e que não aceitam bem a lama asfáltica normal”, destacou.

Os pavimentos com base ou sub-base de solo-cimento são empregados no Brasil desde 1939, quando foi construída a estrada Caxambu-Areias, em empreendimento no qual a ABCP juntou-se ao DNER. Desde então, foram executados no país mais de 25.000 km com essa solução, um marco mundial. Mistura homogênea compactada, curada e endurecida de solo, cimento e água, pode empregar solos do próprio leito da futura base, misturados no local.

*Matéria alterada as 15h35 para aréscimo de informações