Carlos Ferreira | 02 de julho de 2020 - 10h00

Campo Grande pode entrar em colapso até o fim do mês, alertam autoridades

Medidas sanitárias estão sendo decretadas, pois a preocupação é que até o fim do mês Campo Grande possa entrar em colapso devido o crescente número de contaminados

ASCENDÊNCIA DA COVID
A preocupação em torno do aumento dos casos em Campo Grande, está chamando a atenção das autoridades - (Foto: Glenda Gabi)

A preocupação em torno do aumento dos casos em Campo Grande, está chamando a atenção das autoridades. Medidas sanitárias estão sendo decretadas, pois a preocupação é que até o fim do mês Campo Grande possa entrar em colapso devido o crescente número de contaminados. A última atualização na manhã de ontem (1º), destacou que a Capital, hoje o segundo município com maior quantidade de casos, está com menos de 200 pessoas contaminadas para ultrapassar Dourados, líder na quantidade de casos.

Ontem os representantes dos Ministérios Públicos do Trabalho, Federal e Estadual intensificaram o apelo à população campo-grandense. Segundo a promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, a quantidade de casos pode ultrapassar a casa dos 35 mil. “Se a velocidade da propagação atual não for contida, chegaremos ao final de julho com mais de 35 mil casos e leitos insuficientes para reprimir essa demanda. Não queremos testemunhar o caos e o colapso”, salientou.

A promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública Filomena Aparecida Depólito Fluminhan - (Foto: Divulgação)

Maio e julho são os meses em que os vírus respiratórios mais circulam entre a população, mas nem com essas informações a população está respeitando o isolamento social e até mesmo usando a máscara respiratória que já obrigatoriedade. Atualmente, a taxa de adesão ao distanciamento social na capital Campo Grande está em torno de 50%, abaixo do índice recomendado pelas autoridades de saúde, que é de pelo menos 60%. Outros fatores que impõem desafios à gestão local são os números elevados de pessoas com obesidade, hipertensão ou diabetes.  

Campo Grande registrou apenas 36,5% na terça-feira (30)

O sinal de alerta acenado durante a coletiva veio acompanhado de uma radiografia das atuais estruturas disponibilizadas para atender à macrorregião, composta de 33 municípios além de Campo Grande e com população estimada em 1,5 milhão de habitantes: 69% dos leitos vinculados ao Sistema Único de Saúde para Covid-19 estão ocupados. Na saúde suplementar, a situação aparece de forma mais crítica: 76% de comprometimento dos leitos do Hospital Cassems e 80% do Hospital Unimed (os dados deste último foram coletados há dez dias). Existe também risco de escassez de insumos hospitalares, devido à alta demanda, e as equipes de saúde locais já apresentam baixas nos seus efetivos, motivadas pela contaminação de profissionais que atuam na linha de frente contra a doença.