Larissa Silva | 30 de junho de 2020 - 17h31

Com toque de recolher, restaurantes de Campo Grande precisam se readaptar em tempos de pandemia

De demissão a queda de movimento, novas medidas trouxeram mudanças aos empresários

MUDANÇAS
Atualmente, o decreto do toque de recolher passa a valer das 23h às 5h do dia seguinte - (Foto: Agência Brasil)

Desde o início da pandemia, restaurantes de Campo Grande tiveram que adotar diversas medidas de biossegurança e alterar horários de funcionamento devido ao toque de recolher. Com isso, muitos empresários tiveram que readaptar seus negócios durante este período.

Atualmente, o decreto do toque de recolher passa a valer das 23h às 5h do dia seguinte. Mesmo com o horário ampliado, Andrea Alves viu o movimento da sua espetaria cair para 50% e, consequentemente, teve que diminuir a equipe do estabelecimento. “A gente trabalha pagando em diária. Nós estamos com quatro funcionários, antes da pandemia eram nove”, explica.

Já Valmir Guarinao, dono de um restaurante italiano, viu a movimentação dos clientes no estabelecimento físico cair, mas foi compensado pelo serviço de delivery. “A gente vem inventando de maneira que pode.  Tivemos compensação com o delivery, então a gente tem conseguido manter os empregos e aumentar os compromissos mesmo com a situação atual”.

Apesar de ver a flexibilização do toque de recolher como algo satisfatório aos empresários, o presidente da Abrasel MS (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul), Juliano Wertheimer acredita que nos próximos meses muitos empresários terão que demitir seus funcionários. “É um momento muito difícil, muita gente já perdeu o emprego. Já tem uma massa de mais de 3 mil desempregados entre bares e restaurantes e vai aumentar bastante nos próximos 60 dias”.

O presidente orienta que os empresários busquem formas de lidar com a situação atual causada pelo coronavírus. “Faça a gestão, reduza os custos, negocie com seus fornecedores, busque créditos para voltar a comprar, faça um planejamento da sua equipe. Todas essas estratégias para o empresário sobreviver”, conclui Juliano.