CNN, em São Paulo | 20 de junho de 2020 - 09h45

UTIs brasileiras podem ficar sob pressão, diz OMS

Na sexta, quase 55 mil novos casos foram confirmados no país, e o número total de diagnósticos ultrapassou 1 milhão

SAÚDE
"Temos visto achatamento dos casos em algumas regiões, mas um contínuo aumento em outras", afirmou. - ( Foto: Foto: Denis Balibouse/Reuters)

O diretor executivo da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michael Ryan, alertou nesta sexta-feira (19) que as UTIs brasileiras, apesar de continuarem a dar conta da situação, podem sofrer pressão diante de um avanço contínuo da Covid-19 no país. 

"No geral, elas continuam a dar conta, mas é difícil para qualquer sistema suportar uma contínua alta nos casos, a pressão persistente sobre o sistema", afirmou ele, durante entrevista coletiva.

Atualmente, quatro estados brasileiros têm taxas de ocupação de UTI acima de 80%: Acre (91,7%), Alagoas (84%), Espírito Santo (82,7%) e Pernambuco (82%).

Nesta sexta, quase 55 mil novos casos foram confirmados no país, e o número total de diagnósticos ultrapassou 1 milhão.

Ryan disse que o cenário requer que o governo e a sociedade civil trabalhem juntos para conter a disseminação do vírus. Além disso, pediu que todos os níveis de governo também mostrem união diante da pandemia.

Ao mesmo tempo, o diretor lembrou que a situação no país não é homogênea, comentando que essa é uma questão importante nas grandes nações. "Temos visto achatamento dos casos em algumas regiões, mas um contínuo aumento em outras", afirmou.

Ryan ainda elogiou o trabalho dos profissionais de saúde do Brasil, que estão "bravamente na linha de frente". Ele disse que mais de 12% dos casos da doença do país ocorreram em profissionais de saúde, o que dá uma mostra da "coragem e profissionalismo" desse grupo. Ele também garantiu que a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), braço regional da OMS tem trabalhado de perto com o país, tanto em nível federal quanto estadual, o que continuará a ser feito.