14 de junho de 2020 - 08h38

Navios da Marinha atracam no Pará para atender população ribeirinha

O donativo pode matar a fome por um dia, mas o navio que, vagarosamente, vai cortando as áreas isoladas da floresta, leva um privilégio para o povo da região

AÇÃO SOCIAL
Para ajudar as pessoas da Região Norte, com diversas necessidades, a esperança vem dos seis navios da Marinha - ( Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

O Navio Auxiliar Pará – vasta embarcação da Marinha do Brasil com 56 metros de comprimento – vai se movendo lentamente pelos furos e estreitos dos rios amazônicos. Das margens, surgem rabetas (barquinhos com motor traseiro) e catraias (canoas a remo) com crianças sozinhas, mães com muitos filhos, homens sem camisa. Eles esperam algum donativo – uma roupa, uma comida. É a triste realidade das populações ribeirinhas, literalmente, à margem da cidadania.

O donativo pode matar a fome por um dia, mas o navio que, vagarosamente, vai cortando as áreas isoladas da floresta, leva um privilégio para o povo da região: o acesso à saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um médico para cada mil habitantes. A Ilha do Marajó, com seus 16 municípios – oito deles com os piores Índices de Desenvolvimento Humano do país – tem 0,12 médicos por mil habitantes. Ou seja, um profissional para atender mais de 8.300 pessoas. Para efeitos de comparação, Brasília, a capital do país, tem 5,1 médicos por mil habitantes.