Diante da pandemia de coronavírus, rede hoteleira de Bonito só deve reabrir em julho
Associação Bonitense de Hotelaria entregou ontem protocolo de biossegurança dos estabelecimentos na cidade
CORONAVÍRUSA rede hoteleira de Bonito, composta por aproximadamente 90 estabelecimentos só deverá reabrir em julho. Pelo menos é o que prevê o projeto final do Protocolo de Biosegurança entregue ontem pelo presidente da Associação Bonitense de Hotelaria (ABH), Gitane Klain ao prefeito Odilson Arruda Soares. O presidente da ABH destacou que a maioria dos 23 associados, já sinalizou a abertura somente para julho.
Com mais de 300 atividades turísticas, o município está tendo perdas de quase R$ 1 milhão por dia com o fechamento dos atrativos do principal destino de ecoturismo do Estado. A estimativa é que quase mil pessoas já teriam perdido o emprego. Grandes hotéis e restaurantes tradicionais já teriam demitido com a paralisação do fluxo de visitantes. Até ontem (25), o município tinha 30 casos confirmados de Covid-19.
De acordo com Klain foi formado um grupo dentro da ABH, que abrange desde hoteis de pequeno porte até resorts, onde foi trabalhado o protocolo de reabertura. "Esse protocolo foi analisado pelo SESI, onde fazem parte do comitê dois sanitaristas e um médico do trabalho. Ele foi finalizado e hoje entregamos ao município para que ele possa analisar. Aprovando esse protocolo, nossa intenção é que o hoteleiro tenha um tempo para poder adquirir os EPIs (Equipamento de Proteção Individual) necessários, dar o treinamento para equipe, porque nossa preocupação é de que abra o turismo com segurança, tanto do trabalhador, como da população e dos visitantes e que seja viável para o empresário, afirma.
Em abril, o secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Augusto Mariano, concedeu uma entrevista ao portal A Crítica, que informou sobre a arrecadação na cidade ir a zero após a pandemia. “A arrecadação está perdendo no mínimo uma média de R$ 15 milhões por mês. É um dinheiro que deixa de girar, seja nos postos de combustíveis, restaurantes, hotéis, lojas de roupas, artesanatos e etc.”
O secretário destaca que apesar da ABH ter apenas 23 associados, enquanto o município possui mais de 90 hotéis, pousadas e empreendimentos do tipo, a medida valerá para todos. "Esse documento foi feito de forma de muita clara, com toda assessoria do SESI e do SEBRAE e vai servir para todos. Embora sejam 23 associados, em um universo quantitativo de investimentos, de número de empregos gerados, de recolhimento de tributos, esses 23 são a grande maioria", detalha.
Sobre a recuperação da economia local, Augusto acredita que o prazo para voltar ao normal pode ser de até seis meses ou mais. “Para a recuperação da economia local acredito que isso pode ser até seis meses ou mais. Nesse primeiro momento as pessoas estão priorizando gastos essenciais e deixando de lado viagens”, afirma.
O representante do SESC Bonito, por sua vez, destacou que o protocolo foi pensando em todos, desde as pequenas pousadas, até as grandes cadeias de hotéis. "Então por exemplo, destacamos o uso de EPIs, descrevemos exatamente quais o trabalhador tem que usar, o mínimo para poder se proteger; quais são as medidas que eles terao que tomar quando receberem o turista, o que tem que detectar, quais são os pontos que vamos precisar ficar muito atentos nessas visitas de turistas, para assim que surgir uma anomalia, algo diferente, uma contaminação, já tenha um protocolo de como agir. Então ele ficou muito completo, sempre pensado em todo mundo", explica Gabriel.
Outras medidas que o documento detalha, segundo Gitane, são em relação a capacidade de lotação dos estabelecimentos, tempo de descanso dos apartamentos e medidas de higienização/lavagem de roupas de cama e utensílios.
Para o prefeito, o documento é uma forma de o município compartilhar as responsabilidades com o empresariado, permitindo assim a retomada da economia de forma segura.
O documento está sendo analisado e assim que aprovado, será amplamente divulgado e disponibilizado em todas as plataformas do Executivo Municipal e será de uso público, para que todos os empresários, tanto de Bonito, quanto de qualquer lugar do país e do mundo possam ter acesso.