A demissão de quase 200 trabalhadores da indústria Metalfrio Solutions S.A., uma das maiores fabricantes de refrigeradores da América Latina em Três Lagoas será alvo de investigação do MInistério Público do Trabalho. A empresa mantinha cerca de 900 funcionários no estabelecimento, dos quais quatro sendo pessoas com deficiência, conforme consulta ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativa a dezembro do ano passado.

Sem demora, o Ministério Público do Trabalho (MPT) reagiu ao corte no quadro de pessoal e notificou tanto a Metalfrio quanto o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Materiais Elétricos de Campo Grande-MS e Região (STIMMMEMS) para que apresentem explicações e documentos ligados às demissões em massa, a princípio sem justa causa.

Com a medida, o MPT pretende saber o período e a quantidade de trabalhadores dispensados ou previstos de serem demitidos nos próximos 60 dias, se houve ou há negociação entre empresa e sindicato profissional de medidas para reduzir eventuais prejuízos econômicos e seu impacto na manutenção do emprego e da renda dos trabalhadores – como adoção de trabalho remoto, flexibilização de jornada, utilização de banco de horas, concessão imediata de férias coletivas/individuais e suspensão dos contratos de trabalho com garantia de remuneração.

A instituição também questiona o motivo das dispensas e se este está associado com a pandemia de Covid-19. O MPT indaga ainda se foram expedidos comunicados de dispensas no âmbito da empresa, se houve homologação perante a entidade sindical profissional e se ocorreu o pagamento de todas as verbas rescisórias.

Segundo informações do STIMMMEMS, repassadas a um veículo de imprensa local, a empresa estaria enfrentando um período de dificuldades financeiras em meio ao cenário da crise sanitária, que repercutiram diretamente na queda da fabricação e da venda de fogões, refrigeradores e outros eletrodomésticos para mercados consumidores interno e externo.