A criadora da primeira marchinha de carnaval, Chiquinha Gonzaga
GERALHoje (28) completam-se 85 anos da morte de Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, compositora, instrumentista, primeira maestrina brasileira e autora teatral, integrante do grupo dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT). Nascida no dia 17 de outubro de 1847, Chiquinha Gonzaga foi ainda a primeira pianista de choro e autora da primeira marcha carnavalesca do país, intitulada Ó Abre Alas, em 1899. Sua importância foi tão grande para a música nacional que o dia do seu aniversário foi escolhido para instituir o Dia da Música Popular Brasileira, de acordo com a Lei 12.624, de maio de 2012.
Na avaliação do Ricardo Cravo Albin, advogado, jornalista, historiador, crítico, radialista e musicólogo brasileiro, considerado um dos maiores pesquisadores da MPB, Chiquinha é a “mãe” da música popular brasileira. “Isso não é pouco, porque Chiquinha aparece no século 19, um tempo em que a mulher era, normalmente, prisioneira de sua casa, saía muito pouco à rua e jamais participava de movimentos musicais. Chiquinha fez exatamente tudo ao contrário, razão do pioneirismo absoluto dela”, destacou Albin.
Filha de José Basileu Gonzaga, marechal de campo do Exército Imperial Brasileiro, e de Rosa Maria Neves de Lima, filha de escrava alforriada, Chiquinha cumpriu, segundo Ricardo Cravo Albin, o destino, que depois se transformaria em uma bandeira essencial da música brasileira, de ter sido uma mulata. “E nós somos um país mulato. E a música popular brasileira, a partir dela, também é uma música mulata”.
Afilhada de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, Chiquinha teve aulas de piano com o maestro Elias Álvares Lobo. Desde cedo, frequentou rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África. Com 11 anos de idade, escreveu sua primeira composição, a canção natalina Canção dos Pastores.