Da Redação, com informações da Acrissul | 05 de fevereiro de 2020 - 14h35

Soja brasileira vai chegar mais tarde ao mercado

No campo, as lavouras de soja que já deveriam estar no ponto de colheita ainda estão verdes

SAFRA
Produtores terão de acelerar para colher a soja e conseguir semear milho dentro da janela ideal - Reprodução

O cenário é atípico. No campo, as lavouras de soja que já deveriam estar no ponto de colheita ainda estão verdes – muitas delas, em Estados importantes, precisam de chuva para ter seu potencial produtivo definido. Mesmo que o clima ajude e os resultados fiquem dentro do esperado, uma coisa é certa: a soja brasileira vai chegar mais tarde ao mercado neste ano.

Esse atraso, além de pressionar a logística de escoamento da safra até os portos, tem um efeito direto na segunda safra de milho. O cultivo do cereal neste ano ganha contornos dramáticos, pois os produtores terão de acelerar as máquinas para colher a soja e conseguir semear a maior parte do milho dentro da janela ideal.
 
O que for plantado a partir da segunda quinzena de março correrá riscos de perdas se parar de chover em abril. Os próximos meses prometem ser de alta volatilidade no mercado do grão e de nervosismo para o setor de proteína animal – que depende de milho. As projeções iniciais indicam aumento das importações do cereal para abastecer as granjas. Já Mato Grosso deve direcionar o produto para exportação e para as usinas de etanol.
 
No mercado internacional, dúvidas pairam no ar após a assinatura da primeira fase do acordo entre Estados Unidos e China. As duas potências mundiais firmaram o compromisso de  intensificar o movimento de mercadorias já a partir de 2020, e um plano agressivo de ampliação desse comércio está desenhado para os próximos anos. A lista de produtos inclui soja, milho, carnes, sorgo, nozes, etanol e até DDG, um subproduto do milho. Ou seja, quase tudo o que o Brasil produz e exporta para a China.