Secretário do GDF questiona 'silêncio' sobre facções criminosas
GERALO secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, enviou hoje (22) um ofício ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, solicitando esclarecimentos sobre uma possível ameaça que a presença de líderes de facções criminosas detidos na Penitenciária Federal de Brasília representa aos moradores do Distrito Federal.
Segundo o documento, existe um risco iminente de ações criminosas que podem oferecer risco a toda a comunidade brasiliense. “Estamos próximos a um incidente que extrapola os muros da unidade prisional federal e tem a capacidade de expor a sério risco à vida, à tranquilidade e o patrimônio dos cidadãos que aqui residem”.
O secretário afirmou, ainda, que o silêncio de órgãos federais sobre o perigo que o crime organizado impõe ao Distrito federal é injustificado, e que há a necessidade de organizar as forças de segurança para “fazer frente a eventuais ameaças perpetradas por organizações criminosas”.
Críticas
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, já havia criticado o ministro Moro quando, em março de 2019, o traficante Marcola foi transferido para o DF. O ministro afirmou a época que havia um ‘receio exagerado’ sobre a situação.
Crime organizado
A Polícia Civil do Distrito Federal já havia deflagrado uma operação para conter o avanço do crime organizado no início de janeiro. De acordo com a Polícia Civil, pelo menos 30 pessoas integram a célula da facção criminosa no Distrito Federal, mas nem todas foram identificadas. Segundo a polícia, os membros do grupo se dividiam em núcleos específicos de atuação para praticar diversos tipos de crime, como roubo e tráfico de drogas e de armas.
O objetivo principal, contudo, era estabelecer as condições necessárias ao desenvolvimento e consolidação do grupo na capital federal, para onde, no ano passado, integrantes da cúpula do PCC foram transferidos para cumprir pena em presídio federal de segurança máxima.
A penitenciária
Inaugurada em outubro de 2018, a Penitenciária Federal de Brasília é uma das cinco unidades de segurança máxima federais destinadas a isolar presos condenados e provisórios sujeitos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), líderes de organizações criminosas e réus colaboradores presos ou delatores premiados que correm risco de vida no sistema estadual.